ZONA DA MATA

Ministério do Trabalho interdita Imbel após explosão em Juiz de Fora

Depois do acidente, no dia 16 de agosto, empresa já tinha optado por suspensão das atividades; os 270 funcionários continuarão recebendo salário normalmente

Por CAROLINA CAETANO
Publicado em 23 de agosto de 2016 | 15:35
 
 
 
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A Gerência Regional do Trabalho de Juiz de Fora, na Zona da Mata mineira, firmou nessa segunda-feira (22) o termo de interdição da Imbel, empresa de armas, explosivos e munições, onde explodiu um paiol no último dia 16. As atividades só poderão voltar depois de reparo nos danos provocados.

De acordo com o auditor José Miguel Campos Júnior, a interdição visa resguardar a segurança dos funcionários. “A Imbel possui 82 edificações e, com a explosão, algumas delas foram danificadas. A empresa já havia sido prudente em suspender o trabalho após o acidente. Fizemos a vistoria e constatamos que, se voltassem, os trabalhadores ficariam expostos a perigos. Além das edificações, alguns outros problemas foram verificados, mas não vamos divulgar por questões de sigilo industrial”, explicou o auditor.

Júnior destacou que a qualquer momento a Imbel pode pedir a suspensão parcial ou total da interdição, desde que cumpra com o que foi solicitado. “O tempo de interdição vai depender da capacidade de reação da empresa. Para que as atividades voltem será necessário um processo rigoroso, com apresentações de laudos comprovando que ela pode voltar a funcionar”, disse.

O assessor de imprensa da Imbel, coronel Malbatan Leal, informou à reportagem de O TEMPO que a empresa já está tomando as providências para voltar a funcionar. “Nós já tínhamos optado pela suspensão pensando justamente na segurança dos funcionários. Estamos levantando os danos ocorridos devido à explosão. Ainda não sabemos a causa do acidente, mas nossos técnicos e a Polícia Federal estão trabalhando para que tudo fique esclarecido”, afirmou o coronel.

Atualmente, a empresa conta com 270 funcionários e, de acordo com a assessoria, eles não serão prejudicados. Alguns trabalhadores do setor administrativo, como departamento pessoal e recursos humanos, trabalharão em uma sala cedida pelo Colégio Militar. Os funcionários dos outros setores parados continuarão recebendo o salário normalmente.

“Ainda não temos uma previsão de quando vamos retornar. Podemos solicitar uma suspensão da interdição parcial de acordo com os reparos feitos na empresa. Em relação aos danos causados aos proprietários de imóveis da área, já entramos em contato, pedimos que fizessem três orçamentos, optassem por um e autorizasse o serviço. O valor gasto será indenizado pela empresa”, disse Leal.

O chefe do departamento de operações técnicas da Defesa Civil, Walter de Melo, explicou que logo após o acidente todos os imóveis no entorno da empresa foram vistoriados. “Nenhuma estrutura foi danificada. Apenas vidros quebrados e portas danificadas. Não foi necessário a retirada de nenhum morador das residências. Agora, a empresa que deve indenizar as pessoas.”.

A explosão

De acordo com o Corpo de Bombeiros, por volta das 23h do dia 16 de agosto, foi ouvida a explosão no paiol número 1. Com a força dela, telhados foram totalmente danificados e arremessados. Pedaços dessas coberturas atingiram imóveis próximos, como algumas casas e uma agência bancária do bairro Araújo.

No momento do acidente, apenas seguranças trabalhavam na Imbel, mas estavam longe do local. O paiol foi isolado e um drone usado para monitorar a área.

Em um depósito houve vazamento de ácido sulfúrico, o que provocou um princípio de incêndio, rapidamente controlado pelos bombeiros. O produto químico foi colocado em uma bacia de contenção e, posteriormente, retirado do local por técnicos. 

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