Avenida Bandeirantes

Motorista registra perseguição de taxistas a motorista do Uber

Pelo menos quatro táxis foram flagrados andando em alta velocidade atrás de um carro de luxo; eles conseguiram cercar o carro no entorno da praça da Bandeira, no bairro Mangabeiras

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 05 de julho de 2015 | 19:20
 
 
 
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Em menos de três dias três confusões envolvendo taxistas e motoristas do aplicativo Uber, que fornece o serviço de transporte em carros de luxo, foram registradas em Belo Horizonte. A última delas, uma perseguição pela avenida Bandeirantes, na altura bairro Mangabeiras, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, foi registrada por uma câmera de celular de um motorista e acabou se espalhando pelas redes sociais. 

Conforme as informações das imagens publicadas no Youtube, a confusão teria acontecido por volta de 21h20. No vídeo é possível ver pelo menos quatro táxis, um Fiat Siena, um Idea, um Palio e um Volkswagen Voyage, andando em alta velocidade com os pisca-alertas ligados pela avenida. Quando chegam na altura da praça da Bandeira, os taxistas conseguem alcançar o Toyota Corolla que seria de um motorista do aplicativo de celular. Assista:

Um dos veículos que o perseguiam o fecha ainda na praça e para na frente do veículo de luxo. O motorista do Uber ainda tenta fugir, porém, é cercado por todos os lados pelos veículos dos taxistas e acaba forçado a descer do veículo.

A pessoa que acompanhou a perseguição de perto não chega a registrar o desfecho da confusão, mas é possível notar que dentro do Corolla havia um passageiro, que aparece com a janela aberta no banco traseiro do veículo.

Além disso, nas imagens é possível notar que, por fecharem duas das três faixas da praça, o trânsito ficou complicado tanto para quem vinha da avenida Bandeirantes como da Afonso Pena. A Polícia Militar (PM) não conseguiu localizar nenhuma ocorrência envolvendo taxistas  neste horário naquela região. A suspeita é que o motorista do Uber não tenha procurado a corporação. 

Segundo o Sindicato Intermunicipal dos Condutores Autônomos de Veículos Rodoviários, Taxistas e Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens de Minas Gerais (Sincavir-MG), o sindicato repudia qualquer ato de violência por parte dos taxistas, mas disse acreditar que a omissão do poder público para com a categoria seria a principal causa para o acirramento dos ânimos.

Já a assessoria de imprensa da Uber, por meio de nota, informou que também repudia qualquer tipo de violência e que todos os motoristas parceiros da Uber  passam por um processo de checagem de antecedentes criminais antes de serem cadastrados, além de contar com uma avaliação mútua entre motorista e passageiro, medidas que garantem a segurança e qualidade do serviço prestado.

O portal O TEMPO faz desde a última sexta-feira (3) uma enquete questionando aos leitores se eles são contrários ou favoráveis ao uso do aplicativo Uber. Até a noite deste domingo mais de 1.100 pessoas já haviam opinado, sendo que 74% (835) delas eram a favor do aplicativo. Somente 298 leitores se disseram contra o uso do Uber, representando 26% do total.

Brigas e protesto

A categoria dos taxistas reclamam da concorrência desleal do aplicativo de celular desde sua chegada ao Brasil, no fim do ano passado. Desde então, o Sincavir já organizou manifestações e até mesmo protocolou ofícios pedindo a proibição do Uber na Prefeitura de Belo Horizonte, na BHTrans e no Ministério Público. 

O clima começou a esquentar entre as categorias na noite da última quinta-feira (2), quando uma discussão terminou em agressão na rua Tomé de Souza, no bairro Funcionários, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um motorista afirmou ter sido agredido com uma cotovelada por filmar a confusão e três pessoas acabaram levadas à delegacia pela PM. 

No dia seguinte à briga, cerca de 200 taxistas fizeram uma carreata entre a praça do Papa e a Câmara Municipal de Belo Horizonte pedindo a proibição do aplicativo. Eles alegam que desde a chegada do Uber à capital houve uma redução de 30% na demanda pelo serviço, consequência da concorrência desleal dos carros de luxo. 

Já na madrugada de sábado, um outro motorista do aplicativo afirmou que foi agredido e teve o carro arranhado e amassado por cerca de 10 motorista de táxi na região hospitalar. A confusão ocorreu na avenida Alfredo Balena, no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul de Belo Horizonte, depois que um universitário solicitou um veículo por meio do aplicativo. 

Reunião

Nesta segunda-feira (6) acontece uma reunião entre taxistas, vereadores e promotores para tratar do problema. Até o momento não há regulamentação do Uber em Belo Horizonte. Sendo assim, a expectativa é que seja feito um Termo de Ajustamento de Conduta (TAC) que atenderia algumas das reclamações dos taxistas até a criação de uma lei municipal. Há dois projetos sobre o assunto tramitando na Câmara Municipal da capital e eles devem ser analisados em agosto.

Atualizada às 20h18

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