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Movimento Izidora e governo iniciam negociação para retirar famílias

Após o embate violento entre manifestantes e a Polícia Militar na última semana, governo acena com possibilidade de remanejamento gradual das famílias

Por Isabela Meireles
Publicado em 23 de junho de 2015 | 17:41
 
 
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O presidente da Companhia de Habitação de Minas Gerais (Cohab), Claudius Vinícius Leite Pereira, afirmou na tarde desta terça-feira (23) que é possível que o remanejamento das famílias seja feito de maneira gradual, à medida em que as obras de construção dos edifícios na região do Córrego do Izidoro comecem a ser construídos.

A afirmação foi feita na durante a primeira reunião entre representantes do Movimento Resiste Izidora e Governo do Estado após o embate violento entre manifestantes e a Polícia Militar na última sexta-feira (19).

Na reunião, ficou decidido que a prefeitura deve apresentar um mapa de operação para a retirada das famílias do terreno, assim como, uma proposta mais consolidada sobre para onde os moradores serão realocados.

"Estamos dispostos a negociar. Esperamos a boa vontade política do outro lado", afirma a integrante do Brigadas Populares, que participa do corpo técnico do Movimento, Isabella Miranda. Outro ponto cobrado é uma participação mais efetiva da prefeitura e da empresa Direcional Engenharia, dona do terreno ocupado.

Agora, os representantes do Movimento Resiste Izidora aguardam o agendamento de uma reunião com a Caixa Econômica Federal. Eles pedem mais garantias sobre como será realizado a construção das habitações do programa Minha Casa, Minha Vida.

"Estamos trabalhando incansavelmente para não repetir as cenas de confronto da última semana.Pedimos documentos físicos, ainda não nos foi apresentado nada consolidado", relata Miranda.

Sobre os acontecimentos da última semana, os moradores apresentaram na reunião desta terça (22) um relatório com denúncias de cerca de 60 pessoas que ficaram feridas, após o confronto com a Polícia.

"Levamos também um requerimento do Ministério Público, cobrando da PM um plano de retirada. Não adianta só ir lá e despejar todo mundo. Precisa pensar para onde essas pessoas vão? Onde as crianças vão estudar? Morar é ter acesso a cidade e ter acesso ao serviço público, como escolas e centros de saúde. Não é só levantar quatro paredes e pronto, precisa de uma estrutura", explica Miranda.

“Não queremos essa situação de conflito. Estamos nos esmerando e fazendo o possível, dentro das condições do Estado, para buscar uma proposta que evite o conflito. Queremos uma saída pacifica para essa situação”, disse o presidente da Cohab, Claudius Vinicius.

Na próxima quinta-feira (25), o corpo técnico do Movimento vai apresentar uma contra-proposta consolidada e um estudo sobre a operação urbana da região às 19h, na Escola de Arquitetura da UFMG. "Estamos trabalhando incansavelmente e comprometidos para resolver isso. Se tiver interesse  e vontade política, vai avançar", afirma a integrante do Brigadas Populares. 

Segundo a Prefeitura de Belo Horizonte, uma próxima reunião com os representantes do Movimento deve acontecer na próxima semana.

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