Integrantes do Movimento Tarifa Zero provocaram um caos no trânsito na capital mineira no início da noite desta sexta-feira (16) em protesto contra o aumento das passagens do transporte público municipal. Depois de se posicionarem no cruzamento das avenidas Afonso Pena e Amazonas, na praça Sete, no Centro de Belo Horizonte, os cerca de 250 pessoas seguiram em passeata até a Aquiles Lobo, no bairro Floresta, onde funciona a Transfácil.
O grupo é formado, em grande parte, por jovens. Munidos com faixas, que dizem que "transporte não é mercadoria", por volta de 18h, os integrantes do movimento se fixaram em cima da faixa de pedestre de cada avenida. Aproximadamente 1h após o início do ato, os manifestantes seguiram em passeata até o bairro Floresta, onde queimaram pneus e pularam catraca, segundo a Guarda Municipal, que acompanhou o ato. A Polícia Militar também acompanhou a ação que foi pacífica. O Corpo de Bombeiros foi acionado para apagar as chamas provocada pelo protesto.
Por volta de 20h, manifestantes deixaram a rua Aquiles Lobo e seguiram para a praça da Estação, no centro da capital. O ato foi encerrado na praça da Estação por volta de 20h30.
Entenda
A Justiça negou, na tarde desta sexta-feira (16), o pedido do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para suspender o reajuste das passagens de ônibus e táxis coletivos de Belo Horizonte. No dia 29 de dezembro as passagens na capital passaram de R$ 2,85 para R$ 3,10. A promotoria já pediu para ver a decisão da 4ª Vara de Fazenda Municipal e deve recorrer. O mérito da ação ainda será julgado ao final do processo.
A juíza Simone Andrea Silva entendeu que a liminar deveria ser indeferida porque não havia princípios básicos que a justificasse. Segundo ela, o pedido do MPMG não foi plausível e não há risco de dano irreversível. Simone explicou que a petição não foi instruída com nenhum documento, nem o contrato que fundamenta o reajuste.
O pedido para a suspensão veio do promotor Eduardo Nepomuceno da Promotoria de Justiça de Defesa do Patrimônio Público,que alegou irregularidades nos cálculos utilizados pela Empresa de Transportes e Trânsito de Belo Horizonte (BHTrans) para aumentar o preço das tarifas.
Ônibus suplementares
Uma outra ação contra o reajuste dos ônibus suplementares, impetrada pelo grupo de advogados voluntários do Coletivo Margarida Alves, teve o pedido liminar para suspender o aumento aceito em segunda instância na semana passada, mas a BHTrans informou que ainda não foi notificada da decisão e por isso ainda mantém as tarifas reajustadas.
Atualizada às 22h15