Nova Granada

Mulher com esquizofrenia é baleada pela PM em BH e família denuncia truculência

A vítima foi socorrida para o Hospital João XXIII, onde está internada; ela foi atingida por três tiros

Por O Tempo
Publicado em 20 de setembro de 2023 | 14:00
 
 
 
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Familiares de uma mulher de 30 anos, diagnosticada com esquizofrenia, denunciam truculência da Polícia Militar durante uma abordagem na noite de terça-feira (19) em uma casa da rua Daniel de Carvalho, no bairro Nova Granada, na região Oeste de Belo Horizonte. Ela foi baleada pelos militares e socorrida para o Hospital João XXIII, onde permanece internada. O estado de saúde dela, conforme os familiares, é grave.  

De acordo com os familiares da mulher, a polícia chegou até a casa onde a mulher de 30 anos vive com a mãe, de 66 anos, e com irmão após os vizinhos escutarem o barulho de uma confusão. A mulher teria tido uma crise e ameaçado a idosa. “Ela estava com uma faca quando os policiais chegaram, mas não oferecia riscos. Ela sempre tem essas crises”, disse um dos familiares, que pediu para não ser identificado. 

Ele questiona o fato de os militares terem atirado contra a mulher durante a abordagem. Para ele, faltou preparo dos agentes de segurança para lidar com uma pessoa diagnosticada com a doença. “Precisava atirar? Três vezes ainda? É uma pessoa doente, que no momento não oferecia riscos e estava sozinha. Agora ela está em estado grave no hospital”, completa. 

Conforme o boletim de ocorrência, registrado pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG), os policiais atiraram contra a mulher depois que ela ameaçou um dos militares. Ela estava com uma faca e foi em direção ao policial após não obedecer a uma ordem dele.

Ainda segundo o documento, antes de ameaçar o policial, a mulher teria agredido à sua mãe, de 66 anos. Ela teria exigido dinheiro da idosa, mas diante da recusa, prensou ela contra uma grade. A mãe dessa mulher precisou deixar a residência até a chegada dos outros filhos. 

“Infelizmente, ela tem esse tipo de comportamento, fica mais agressiva. Só que em todas as outras vezes ela não machucou ninguém. É uma situação de momento”, relata o familiar. Ele pede para que a conduta dos policiais seja investigada pela corporação. “Não precisavam ter agido daquela forma, agora ela está entre a vida e a morte”, lamentou.  

Em nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que a perícia esteve no local e que um processo investigativo foi instaurado. "Os fatos são apurados pela Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher na capital", disse. 

Polícia alega defesa e vai investigar conduta dos militares

A Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) informou, por meio de nota, que a mulher de 30 anos estava bastante agitada quando os militares chegaram no local. Ainda de acordo com a corporação, os militares conversaram com a mulher, porém ela tentou agredir os policiais com a faca. 

"De forma abrupta e repentina, partiu para cima de um dos policiais militares, com a faca em suas mãos, sendo necessário repelir a injusta e iminente agressão para preservação da própria vida", disse em nota. A PM informou ainda que, de forma imediata, foi prestada assistência à mulher, sendo socorrida pelos policiais ao Hospital João XXIII.

"Os atos investigatórios inerentes à competência da Autoridade de Polícia Judiciária Militar foram adotados, sendo observados todos os ritos que disciplinam a matéria", acrescentou. 
 

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