presa em Sabará

Mulher que incendiou casa com marido dentro em SP é apresentada

Suspeita de 52 anos teria cometido o crime após o homem, de 56, ter se recusado a comprar uma casa na praia para ela durante a separação

Por JHONNY CAZETTA
Publicado em 20 de novembro de 2014 | 15:34
 
 
 
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A recusa da compra de uma casa na praia teria sio a motivação, de acordo com a Polícia Civil (PC), para o assassinato de um homem de 56 anos, em São Paulo, no último fim de semana. A suspeita do crime, a mulher da vítima, de 52 anos, foi presa na quarta-feira (19) em Sabará, na região metropolitana de Belo Horizonte e apresentada à imprensa nesta quinta-feira (20).

Durante a investigação da polícia foi descoberto que o casal de empresários já estava em um processo de separação, por conta de problemas na administração de um pesque e pague que eles tinham em conjunto. Na discussão do divórcio, a suspeita do crime teria exigido a quantia de R$ 150 mil para a compra de uma casa na praia de Bertioga, no litoral paulista.

A vítima, porém, se negou a fazer a compra do imóvel e ainda teria ordenado que Ilza se retirasse da casa onde o casal vivia, em São Paulo. Revoltada com tal situação, a mulher então resolveu colocar fogo na casa com o marido dentro, no último sábado, 15 de novembro. No incêndio ele teve 90% do corpo queimado e chegou a ser resgatado pelo caseiro da família, mas não resistiu os ferimentos e morreu logo após dar entrada do hospital.

Já a mulher fugiu para Minas Gerais e ficou escondida até ontem na casa onde morava sua mãe em Sabará e após ver seu nome nos noticiários nacionais, resolveu se entregar na delegacia da cidade. “Nós já tínhamos a informação que ela estava aqui em Sabará, mas ao longo da semana o advogado dela apareceu e falou que ela se entregaria espontaneamente. O que foi feito e ela foi presa em cumprimento de um mandado de prisão temporário. Ela não apresentou qualquer reação”, explicou o delegado Felipe Lacerda.

Após prestar depoimento sobre o caso, a mulher foi encaminhada para o Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp) Centro-Sul. No local ela deve ficar até a semana que vem, quando uma equipe da Polícia Civil de São Paulo deverá buscá-la. “Em Minas ela não tinha ficha criminal. Mas em São Paulo, há alguns atrás, ela chegou a ficar detida junto com seu marido por porte ilegal de um revólver”, acrescentou o delegado.

Negação

Visivelmente emocionada e com o lenço na mão, a mulher suspeita de ter matado o marido por ele não ter comprado uma casa na praia negou a versão policial do caso. “Eu realmente coloquei fogo na casa, mas não queria matar ele. Tanto é que ele não estava lá na hora que incendiei. Ele queria me expulsar de lá e eu pensei: se eu não vou ter casa onde morar. Ele também não vai ter”, disse, acrescentando que não tinha pedido uma casa exatamente na praia e que queria somente o dinheiro da porcentagem dela no pesque e pague.

Ainda de acordo com a mulher, ela sofre profunda depressão e toma remédio controlado. “Eu fiquei nervosa e perdi o meu controle ao colocar fogo lá. Mas não queria que ele morresse. Só fiquei sabendo que ele morreu pelo noticiário. Estou muito abalada”, finalizou.

O casal de empresários já estavam juntos há mais de 30 anos e moravam no bairro de Itaquera, na região Leste da capital paulista. Eles tinha juntos duas filhas, de 21 e 28 anos, que já não mais moravam com os pais.

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