“Respeita as manas! Assédio, não! Força, Andressa.” Com as frases, mais de 40 mulheres ciclistas do grupo Terça das Manas, de Belo Horizonte, manifestaram apoio à estudante de direito Andressa Lustosa, de 25 anos, que sofreu assédio e agressão enquanto andava de bicicleta em Palmas, no interior do Paraná. Um dos suspeitos de cometer o crime foi preso.
O protesto favorável à jovem aconteceu na noite dessa terça-feira (28), na praça da Estação, onde ciclistas se reuniram para pedalar pela cidade. Desde 2018, o grupo se reúne no terceiro dia da semana para andar de bicicleta pelas ruas da capital.
Segundo a publicitária Lívia Campolina, de 27 anos, uma das integrantes do grupo, a manifestação ocorreu de maneira espontânea. “É muito importante nos posicionarmos sobre essas questões”, diz.
“O vídeo tem várias camadas de absurdo. O cara não só se sentiu no direito de assediar a mulher, como de jogá-la no chão. Isso chega para a gente de maneira muito pessoal”, completa.
Lívia fala que as mulheres ciclistas vivem situações de assédio diariamente no trânsito. “A gente nunca consegue pedalar sem ser assediada. O vídeo é um exemplo extremo disso”, pondera.
Segundo ela, é fundamental que casos como o do Paraná sejam denunciados. “Nós não vamos aceitar esse tipo de agressão. Estamos nas ruas, é nosso direito”, comenta.
O grupo
O Terça das Manas foi criado há três anos com objetivo de reunir mulheres que desejam se sentir seguras ao pedalar à noite. Ele é aberto para todas as ciclistas, inclusive, as iniciantes. O encontro é realizado todas as terças, às 20h, na praça Raul Soares, na região Centro-Sul de Belo Horizonte.
“Nós fazemos pedais temáticos também e articulamos ações políticas”, afirma Lívia, que comenta que o grupo já se reuniu para se manifestar a favor da diversidade LGBTQIA+, contra o racismo e pela visibilidade lésbica.
“O objetivo do nosso grupo é que nos sintamos seguras ao pedalar juntas. Queremos, um dia, ter confiança e segurança para também pedalar sozinhas”, afirma.