Homenagem e protesto

Multidão se despede de sargento assassinado em BH : 'Vidas policiais importam'

Com faixas espalhadas pelo Cemitério Bosque da Esperança, o sargento Dias, de 29 anos, está sendo velado após um cortejo fúnebre com caminhão aberto

Por José Vítor Camilo
Publicado em 09 de janeiro de 2024 | 14:22
 
 
 
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"Vidas policiais importam" e "O sargento não teve saidinha" foram algumas das frases de protesto estampadas em faixas afixadas no Cemitério Bosque da Esperança, em Belo Horizonte, onde é velado por uma multidão o sargento Roger Dias da Cunha, de 29 anos, que foi assassinado por um criminoso que não retornou à unidade prisional após receber o benefício da saída temporária no final de 2023. O velório teve início às 13h e a previsão é de sepultamento às 17h.

A reportagem de O TEMPO está no local e acompanha a despedida, que tem um clima de muita tristeza e indignação. "As saidinhas dos marginais estão matando policiais" e "O preço de reeducar bandidos na sociedade é alto demais. Hoje tivemos uma vítima da impunidade" foram outras frases espalhadas pelo local.

Mais cedo, o militar foi transportado em caminhão aberto em um cortejo fúnebre que foi acompanhado por milhares de veículos, inclusive de caravanas vindas do interior. A família do sargento Dias pediu que os presentes levassem balões brancos, que serão soltos durante a cerimônia para homenagear o militar.

Assista:

 

A perseguição

O tiroteio aconteceu quando guarnições do 13º Batalhão perseguiam dois suspeitos na avenida Risoleta Neves. Em dado momento, o motorista teria perdido o controle da direção e batido contra um poste. Após o acidente, os suspeitos desceram do carro e continuaram a fuga a pé.

Um deles foi alcançado por um sargento. Imagens de câmeras de segurança mostram o momento em que o militar se aproxima do suspeito e da ordem de parada, mas é surpreendido pelo criminoso, que saca uma arma e atira à queima-roupa contra o policial. 

Os suspeitos

A Justiça decidiu por manter presos os dois homens suspeitos de envolvimento na perseguição. O atirador de 25 anos e um comparsa dele, de 33, tiveram a prisão em flagrante convertida para preventiva em audiência de custódia neste domingo (7). 

No sistema do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), O TEMPO encontrou algumas condenações do atirador. Em julho de 2023, ele foi preso após furtar o carro de uma pessoa no bairro Monsenhor Messias, na região Noroeste de BH.

Também foi possível encontrar outra condenação do suspeito que atirou no policial, desta vez por roubo a mão armada, em 7 de setembro de 2017, no bairro Cachoeirinha, também na região Noroeste de BH.

Na decisão, a Justiça também ponderou que o suspeito já tinha três condenações, todas pelos crimes de roubo. No dia da prisão, ele estava em liberdade condicional, mas ainda cumprindo pena por um dos crimes passados. Ele também possui passagens por receptação e tráfico de drogas.

A vítima

O sargento da Polícia Militar Roger Dias da Cunha, de 29 anos, estava internado em estado “gravíssimo” no Hospital de Pronto-Socorro (HPS) João XXIII, em Belo Horizonte. A morte encefálica foi confirmada por exames médicos na noite deste domingo (7). O militar já estava em estado “irreversível”, segundo a porta-voz da Polícia Militar (PM), major Layla Brunnela.

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