Municípios mineiros receberão menos de R$ 1 mil para combate ao coronavírus

O Ministério da Saúde publicou, na quinta-feira (9), uma portaria que destina recursos para Estados e municípios usarem no tratamento da Covid-19. São R$ 4 bilhões para compra de equipamentos e de insumos e abertura de leitos. Chama a atenção o valor irrisório destinado para algumas cidades, como Balbinos (SP), que receberá R$ 4,03. Com essa quantia é possível comprar apenas um par de luvas cirúrgicas em uma drogaria de Belo Horizonte, mas não paga uma passagem de metrô na capital mineira. 

Alguns municípios mineiros vão receber menos de R$ 1.000, como é o caso de Mathias Lobato (R$ 558.63); Jampruca (R$ 597,22); Nova Módica (R$ 622.13) e Campanário (R$ 724.18). Para o presidente da Associação Mineira de Municípios (AMM), Julvan Lacerda, a causa dos baixos valores recebidos por essas cidades está no desconhecimento delas por parte do governo federal. "As decisões são tomadas em Brasília, longe da realidade, e muitas vezes tem essas distorções, embora, desta vez, o governo federal foi mais ágil, porque em relação às outras tragédias, não apareceu ninguém aqui", diz.

A pasta explicou que o valor é definido de acordo com o tamanho do município. A cidade de Balbinos (SP) tem 4.819 habitantes e uma área de 90.9 km². O município paulista está em estado de calamidade em função do coronavírus. Várzea (PB) tem 2.800 habitantes e uma área de 190.444 km². Foi decretada situação de emergência na cidade em 17 de março.

De acordo com o Ministério da Saúde, o dinheiro é um recurso extra correspondente ao valor de uma parcela que os entes já recebem mensalmente para custeio da assistência médica de baixa, média e alta complexidade. Seria uma espécie de 13º salário que será pago em abril.

Mais exemplos

No Estado da Paraíba, o valor pago à Várzea, de R$ 28,08, dá para comprar três frascos de 52 ml de álcool em gel em BH. E ss R$ 47,85 encaminhados para Quixabá possibilitam a compra de uma caixa com cem unidades de touca cirúrgica na capital.