Apesar de o risco de uma pandemia de varíola dos macacos existir, conforme afirma o infectologista Carlos Starling, é baixa a possibilidade de o homem diagnosticado com a doença em Belo Horizonte ter contaminado outros passageiros durante viagem de volta da Europa nesta semana.
Segundo o especialista, o fato de não haver contato próximo na aeronave e de as pessoas estarem usando máscara por conta da pandemia da Covid-19 reduz os riscos de contaminação. Conforme Starling explica, a doença é transmitida por meio do contato com as lesões ou com gotículas expelidas por quem está infectado, o que requer maior proximidade entre as pessoas.
Por isso, diz ele, os cuidados em relação à doença são muito importantes. Muitas medidas que funcionam contra o coronavírus também são recomendadas para ajudar a combater a disseminação da varíola dos macacos. “Lavar sempre as mãos, usar máscaras e evitar aglomerações é importante”, diz ele.
Segundo Starling, a doença é transmitida até que as lesões na pele virem cicatrizes, o que pode levar até quatro semanas. Por isso, o isolamento da pessoa contaminada deve ser realizado. Em geral, isso é feito em casa, mas crianças e idosos, que muitas vezes não têm condições de autocuidado, podem precisar de internação.
“Se há uma pessoa contaminada em casa, é necessário haver todos os cuidados higiênicos, como lidar com luvas e limpar o ambiente com soluções cloradas”, afirma.
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Mais casos investigados
Após a confirmação do primeiro caso de varíola dos macacos no Estado, outros três seguem sendo investigados, segundo a Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG). Oito casos suspeitos já foram descartados depois de exames laboratoriais.
A SES-MG esclareceu, em nota, que os pacientes com casos em análise são de Juiz de Fora, Varginha e Pará de Minas. “Até o momento, os casos suspeitos não têm histórico de deslocamentos ou viagens para o exterior. Dentre os contatos próximos, ainda não há nenhum caso sintomático”, diz trecho da nota.
Mais detalhes dos casos, conforme esclarecido pela SES-MG, não podem ser divulgados “para preservar a privacidade e individualidade dos pacientes, conforme a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).