Brasil

Número de contaminados no país pode ser até sete vezes maior, diz estudo

Balanço do governo confirma 33.682 casos, mas pesquisadores acreditam que são mais de 200 mil infectados

Por Da Redaçao
Publicado em 17 de abril de 2020 | 19:54
 
 
 
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Os números do coronavírus no Brasil assustam, mas a situação pode ser muito pior. Nesta sexta-feira (18), o país ultrapassou a marca negativa de 2 mil mortes pela doença, com 33.682 casos confirmados de Covid-19. A questão fica ainda mais alarmante quando observado um estudo divulgado nesta semana pela Universidade Federal de Minas Gerais. A pesquisa estima que pelo menos 238 mil pessoas estão infectadas no país, número pelo menos sete vezes maior.

Quem faz o alerta são os professores professores Leonardo Costa Ribeiro, da Faculdade de Ciências Econômicas (Face) da UFMG, e Américo Tristão Bernardes, do Departamento de Física da Universidade Federal de Ouro Preto (Ufop). Eles utilizaram dados de internações hospitalares motivadas por síndromes respiratórias agudas de 2012 a 2019 e compararam com o quadro em 2020.

A diferença entre o que seria esperado para os primeiros meses deste ano, sem a pandemia, e o que se observa efetivamente no sistema de saúde brasileiro gera a estimativa de que há 7,7 vezes mais casos de infecção vírus do que dão conta os relatórios oficiais.

“Está claro que há subnotificação, uma vez que o índice de testagem para o novo coronavírus é extremamente baixo no Brasil. O que fizemos foi criar um modelo matemático que considera a evolução natural das internações com sintomas parecidos com os da Covid-19. A dinâmica dessa evolução é influenciada por fatores diversos como envelhecimento da população, variações de clima, maior deslocamento da população”, comenta Leonardo Ribeiro.

Os autores lembram que, entre os países com mais de 1 milhão de habitantes, o Brasil ocupava, em 12 de abril, segundo o site de estatísticas WorldoMeter, a 13ª posição no ranking de pessoas infectadas, mas era o 29º no ranking de aplicação de testes de diagnóstico. Também até aquela data, foram aplicados no país 296 testes por milhão de habitantes, contra cerca de 8 mil nos EUA e 16 mil na Alemanha e na Itália.

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