“Estou há mais de seis horas esperando com dor de coluna." O relato é da Maria da Penha Alves, de 52 anos, que chegou à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Odilon Behrens, na região Noroeste de Belo Horizonte, por volta das 13h desta quinta-feira (23) e até as 19h20 não conseguiu receber atendimento médico. 

"Pediram-me para esperar porque em algum momento em vou ser atendida. Como vou embora? Não consigo andar de dor. A unidade está tão cheia que resolvi dar espaço para os idosos, que chegaram há mais de 12 horas, por isso, decidi sentar aqui fora, mas tá difícil", lamentou.

Maria não está sozinha. Dezenas de pacientes reclamam da demora do atendimento na unidade de saúde, o que tem ocasionado superlotação. Além disso, após a triagem, os pacientes ficam horas esperando na recepção da UPA. Após a transferência para a parte interna, o atendimento é extremamente lento.

A promotora de vendas Lúbia Roberta da Conceição, de 28 anos, que mora no bairro São Francisco, região Centro-Sul de Belo Horizonte, conta que chegou à UPA às 11h30 e até 19h20 não tinha previsão para ser atendida. Ela reclama de sentir fortes dores e clama por um remédio. 

"Neste momento, estou com tanta dor que só quero um remédio. Amanhã eu preciso trabalhar", disse Lúbia. A promotora também conta que procurou por atendimento no Centro de Saúde Santa Rosa, mas que foi informada pelo médico que não seria atendida por causa de uma greve. 

"Achei um grande absurdo, o médico me disse que estava fazendo greve e, por isso, ele não iria me atender, e não me atendeu. Fui orientada em vir para a UPA. Pelo menos aqui tem médico", ponderou Lúbia.    

A Secretaria Municipal de Saúde (SMSA) informou as UPAs e centros de saúde da cidade têm apresentado um aumento na procura por atendimento motivado por sintomas de doenças respiratórias e infecciosas. 

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Nesta quinta-feira, 23/03, a UPA Odilon Behrens contou com escala completa, com 6 médicos na escala e mais um médico de reforço das 13h às 19h. Para o plantão noturno a equipe também está completa, com 5 médicos e um reforço de 19h às 01h, fazendo tanto o primeiro atendimento quanto reavaliações e atenção aos pacientes que aguardam transferência para unidade hospitalar. Das 7h da manhã às 18h50 desta quinta-feira, foram atendidos 201 pacientes na unidade, sendo 09 muito urgente, classificados de laranjas, 44 urgentes (amarelos) e 140 verdes, ou seja, menos graves. Do total de pacientes atendidos, 30% são moradores de outras cidades.

As UPAs trabalham com Classificação de Risco, de acordo com o Protocolo de Manchester, que prioriza o atendimento dos pacientes mais graves, o que pode impactar em tempo maior de espera para os pacientes classificados como não urgentes. O objetivo é estabelecer a prioridade para atenção médica de acordo com a gravidade do caso de cada paciente avaliado.

 É importante reforçar que todos os pacientes que procuram a unidade são atendidos em nenhum momento o atendimento foi interrompido ou negado a qualquer cidadão