Investigação

Pai de santo suspeito de estuprar meninas amedrontava vítimas: 'nunca vou preso'

Vítimas procuraram o Departamento Estadual de Investigação, Proteção e Orientação à Família (Defam) em Belo Horizonte

Por Bruno Daniel e Vitor Fórneas
Publicado em 05 de abril de 2023 | 17:43
 
 
 
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O pai de santo, de 59 anos, suspeito de estuprar meninas durante ritual religioso, amedrontava as vítimas. É o que informou a Polícia Civil em entrevista coletiva realizada em Belo Horizonte na tarde desta quarta-feira (5). Os crimes ocorreram em um centro de candomblé no bairro Jaqueline, na região Norte da cidade.

A investigação começou há duas semanas, quando três vítimas procuraram o Departamento Estadual de Investigação, Proteção e Orientação à Família (Defam) para denunciar os abusos. De acordo com a delegada Larissa Mayerhofer, após os crimes, o homem intimidava as garotas, se valendo da condição de líder religioso.

“Ele dizia para as vítimas que ele era um pai de santo, que era poderoso e que nunca seria preso", detalha a delegada, que também chama as vítimas de abuso sexual a denunciar, inclusive possíveis outras vítimas desse homem.

“Tudo parte da denúncia. O que as garotas fizeram foi de fundamental importância, pois só assim nós conseguimos instaurar o inquérito policial, fazer as investigações com trabalho de inteligência e lograr êxito na prisão do autor". O suspeito foi detido nesta quarta, já que a polícia tinha indícios suficientes. 

Meninas buscavam conselhos

As vítimas procuravam o pai de santo para obter conselhos espirituais e, segundo a delegada, ele aproveitava da fragilidade delas para abusá-las. Segundo a Polícia Civil, as três vítimas eram enteadas do pai de santo e frequentavam com ele o centro de candomblé. 

Uma delas, a mais velha, teria começado a ser abusada em 2019, mas ao denunciar os abusos para a mãe, a mulher teria desacreditado dela. Segundo a delegada Larissa Mayerhofer, só quando outra filha da mulher também acusou o homem de abusos é que a mãe passou a desconfiar.

"A filha mais velha fugiu de casa. Quando a mãe viu que tinha outra filha dela que era estuprada, passou a dar crédito às acusações", explica. Ainda conforme a delegada, a mais nova das três vítimas era abusada desde os oito anos de idade. Os abusos teriam durado sete anos. Por medo, a mulher do homem continuou casada com ele, mesmo após as denúncias das filhas.

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