O nigeriano Michael Akinruli, que sequestrou a filha de 9 anos e a levou para a Nigéria, foi indiciado pelos crimes de desobediência, subtração de incapaz e falsidade ideológica, conforme informou a Polícia Civil de Minas Gerais, na manhã desta segunda-feira (24). A menina, conhecida pelo apelido de "Keke", retornou a Belo Horizonte no último fim de semana após cinco meses longe da família.
"Não é possível falar em extradição e como ele vai ser julgado na Nigéria. Com relação aos crimes que foram cometidos no Brasil, ele vai ser julgado pela Justiça brasileira e, como tem o alerta vermelho da Interpol, caso ele vá para algum país que tenha o tratado de extradição com o Brasil, ele pode cumprir essa pena aqui. Nós fizemos o indiciamento dele e levamos para o Ministério Público. O caso não será encerrado",explicou a delegada Renata Ribeiro Fagundes.
A mãe de Keke foi para Nigéria no dia 22 de abril e desde então lutava para trazer a filha para o Brasil. O nigeriano, que mentiu ser cônsul, foi localizado na cidade de Lagos, onde foi preso na última semana.
Segundo a advogada de defesa da mãe da menina, Nádia Castro Alves, o pedido de guarda definitiva já havia sido requerida e foi dado pelo juiz liminarmente em abril deste ano. Ao mesmo tempo, o pai de Keke também fez o pedido na Nigéria, porém a justiça do país não atendeu ao pedido.
Crimes
Subtração de incapaz: pena de dois meses a dois anos de prisão
Desobediência: pena de 15 dias a seis meses de reclusão
Falsidade ideológica: pena de 1 a 5 anos de prisão
Autorização para viajar
Mesmo sem o conscentimento da mãe, Michael Akinruli conseguiu na justiça uma autorização para viajar com a filha entre o período de 09 de janeiro 03 de fevereiro de 2019.
A liberação foi concedida pela Vara Cível da Infância e da Juventude depois que o pai apresentou garantias de que voltaria ao Brasil, como passagens de ida e volta, além de registro de uma empresa em Belo Horizonte, familiares e de estar cursando mestrado com defesa de dissertação agendada para março.
Por meio de nota, a assessoria de imprensa do Fórum Lafayette, informou que, após vencido o prazo de retorno para o Brasil foi "configurada a situação de sequestro civil interparental, foi determinada liminarmente a busca e apreensão da criança".
O Itamaraty também foi procurado, que se limitou a dizer que acompanha o caso desde o começo e “presta assistência consular à menor e seus familiares até o seu regresso ao Brasil na semana passada”. O órgão disse que não vai fornecer mais informações sobre o caso.