Pandemia

Pampulha fica lotada neste domingo e muitos não usam nem máscara

Orla da lagoa ficou cheia de pessoas que saíram de casa para pedalar, caminhar e levar crianças para brincar

Por Hellem Malta
Publicado em 07 de março de 2021 | 13:45
 
 
 
normal

Apesar da determinação do prefeito Alexandre Kalil de fechar a cidade novamente para conter o avanço do coronavírus, permitindo apenas o funcionamento dos serviços essenciais, a manhã deste domingo (7) foi de bastante movimento na orla da lagoa da Pampulha. Muitas pessoas saíram de casa para pedalar, caminhar, se exercitar em aparelhos de ginástica e até levar as crianças para brincar. Algumas usavam máscaras, outras, não.

Uma delas é a professora Ercilene Castilha Lima, de 39 anos, que veio de Contagem, na região metropolitana da capital, para se exercitar na orla da lagoa. Ela estava acompanhada das filhas Amanda, de 20 anos, Isabela, de 9 anos, e Gabriele, de 11 anos, amiga da filha caçula.

“Eu e minha filha já ficamos dentro de casa o tempo todo. Só a mais velha (Amanda) que tem saído para trabalhar. Vim para arejar a cabeça, fazer caminhada e trazer as meninas para brincar um pouco”, disse sem usar máscara, enquanto as meninas comiam pipoca com a máscara no queixo.

Questionada sobre o uso do equipamento, ela justificou dizendo que havia deixado no carro, pois tinha parado na praça em frente ao Parque Guanabara, que estava fechado, apenas para as garotas fazerem um lanche e andarem um pouco de patinete elétrico.

“Em um ambiente aberto e ao ar livre não tenho medo de ficar sem máscara. Como uso óculos, não consigo fazer caminhada com a máscara no rosto porque embaça as lentes”, disse.

Mesmo com o movimento intenso de pessoas na Pampulha, a vendedora ambulante Eliete Rocha do Sales Chagas, de 46 anos, que trabalha há oito anos vendendo água de coco e mineral na orla, nas proximidades de um clube, afirma que o novo fechamento da cidade já está refletindo na clientela.

“Hoje, o movimento caiu pela metade e acredito que no decorrer da semana vai diminuir mais ainda. Ontem (sábado) não vimos os corredores nem os grupos de ciclistas que sempre param aqui. Se a orla estivesse cercada com grades, igual ano passado ficou cinco meses fechada, eu não estaria trabalhando hoje”, disse.

Nas proximidades do Parque Ecológico, a reportagem encontrou a professora Flávia Rocha, de 34 anos, com o marido, o contador Luiz Vieira, de 37, e o filho João, de 5 meses. Moradores do bairro Castelo, na região da Pampulha, o casal disse que saiu de casa para passear com o filho ao ar livre, mas tomando os devidos cuidados.

“Esse novo fechamento da cidade me assusta muito. Fiquei bastante preocupada quando vi a notícia de que temos casos de crianças pequenas com coronavírus em BH. Ao meu ver não estamos nos colocando em risco porque aqui estamos só nos três, ao ar livre, usando máscara. Temos álcool em gel na bolsa, e não estamos aglomerados. Tenho medo, mas vim porque moramos em apartamento e, se não sairmos um pouco para um ambiente aberto, o João acaba ficando só dentro de casa, sem ver o mundo aqui fora”, disse.

A reportagem questionou a assessoria de imprensa PBH por qual razão a orla da Pampulha e as praças da cidade não estão cercadas com grades, conforme ocorreu no primeiro fechamento da cidade em 2020, uma vez que o prefeito Alexandre Kalil determinou retocesso da flexibilização aos moldes desse período. Em nota, a prefeitura informou  que “não há restrições, no momento, para o funcionamento de praças", mas reforçou que "medidas de distanciamento e o uso correto de máscaras devem ser obedecidos nesses espaços”.

Notícias exclusivas e ilimitadas

O TEMPO reforça o compromisso com o jornalismo profissional e de qualidade.

Nossa redação produz diariamente informação responsável e que você pode confiar. Fique bem informado!