Ensino

PBH lança projeto para corrigir falhas na educação deixadas pela pandemia

Levantamento estima que 65% dos estudantes do 4º ao 9º na rede pública não aprenderam português e matemática corretamente

Por Pedro Nascimento
Publicado em 05 de setembro de 2022 | 12:50
 
 
 
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Um projeto de reforço escolar lançado nesta segunda-feira (05) pela prefeitura de Belo Horizonte espera corrigir falhas que resultaram em uma defasagem no ensino de crianças e adolescentes durante o período de isolamento provocado pela pandemia do coronavírus. Em um diagnóstico realizado entre alunos do 6º ao 9º da rede pública, a prefeitura identificou que 65% dos jovens - 43.335 alunos - não aprenderam corretamente os conteúdos de português e matemática.

O programa foi apresentado pelo prefeito Fuad Noman (PSD) e pela secretária de Educação, Ângela Dalben, durante uma visita a Escola Municipal Maria Silveira, no bairro São Bernardo, região Norte de Belo Horizonte. A ideia é que os alunos que apresentaram mais problemas na aprendizagem participem de aulas específicas de reforço nos horários de contraturno - alunos que estudam de manhã recebem aulas de reforço à tarde, e vice-versa.

Segundo a secretária Dalben, os trabalhos de diagnóstico desse problema na rede municipal de ensino começaram ainda no início do ano. Agora, a ideia é que 20 mil alunos sejam contemplados com as aulas de reforço.

“O primeiro foi semestre foi diagnóstico, a análise e as avaliações gerais da rede, feita pela escola e pelos professores. Fizemos uma segunda avaliação no início do julho e percebemos que alguns estudantes precisam de um intensivo. E é esse intensivo que a gente tá inaugurando neste segundo semestre com instituições que estão nos auxiliando no contraturno”, explica.

A ideia é que o reforço atenda 10 mil vagas que serão destinadas ao grupo prioritário de estudantes, que tiveram defasagem nos conteúdos de língua Portuguesa e matemática. As outras 10 mil vagas serão destinadas a outro grupo de estudantes que apresentem defasagem de aprendizado em níveis menos acentuados.

Para o prefeito Fuad Noman, mesmo os investimentos feitos para as escolas conseguissem oferecer o ensino a distância não foi suficiente para atender aos alunos que ficaram em casa durante os dois anos em que as instituições de ensino ficaram fechadas.

“A realidade é que nós ficamos dois anos com as crianças presas dentro de casa, a pandemia nos obrigou a esse tipo de isolamento, e claramente nós sabemos, percebemos a falta do conhecimento mínimo de português e matemática, principalmente, para que as crianças pudessem voltar ao seu ritmo normal de ensino. Então estamos estudando desde cedo uma forma com que haja uma recuperação dessas matérias para que as crianças possam se alinhar”, disse Fuad.

As aulas de reforço serão oferecidas por professores da própria rede pública e contam com apoio da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que vai atuar na elaboração de matrizes de conhecimento e habilidades essenciais para todos os anos de escolaridade para orientar a proposta pedagógica na rede municipal.

Além do reforço para os estudantes do 4º ao 9º ano, os alunos do 1º ao 3º anos também vão receber reforço semelhante, mas foco no processo de alfabetização.

Investimento

Para as aulas de reforço escolas, a prefeitura disse que fez um investimento de R$ 26 milhões, que serão usados na contratação de Organizações de da Sociedade Civil (OSCs), que vão desenvolver ações complementares com capacidade de atendimento de até 20 mil estudantes. O recurso vai manter o funcionamento do programa até junho de 2023.

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