A Polícia Federal deflagrou na manhã desta terça-feira (21) uma operação para combater crimes de fraude em licitação, de corrupção e de desvio de recursos públicos na aquisição de equipamentos médicos hospitalares, nos anos de 2015 e 2016, pela Secretaria Municipal de Saúde de Barbacena.

São cumpridos 13 mandados de busca e apreensão e 3 mandados de prisão temporária, expedidos pela 11ª Vara Federal de Belo Horizonte, nos municípios de Barbacena, Belo Horizonte, Contagem e Nova Lima.

A investigação começou a a partir de uma fiscalização realizada pela Controladoria Geral da União (CGU), que revelou que o Ministério da Saúde transferiu ao município de Barbacena o montante de R$ 3,5 milhões para aquisição de 126 equipamentos hospitalares para o Hospital Geral de Barbacena.

No entanto, a Secretaria de Saúde do município utilizou toda a verba transferida pela União na aquisição de apenas 46 equipamentos, o que resultou em um superfaturamento de cerca R$ 1,4 milhão, comparando-se os valores da aquisição e aqueles praticados no mercado.

Também foi verificado que no final do ano de 2016, uma funcionária da Secretaria de Saúde de Barbacena carimbou e assinou uma nota fiscal fria, simulando o recebimento do Cromatógrafo - aparelho automatizado de cromatografia líquida de alta pressão HPLC.

O equipamento seria destinado à realização de exames laboratoriais, cujo valor de aquisição foi de cerca de R$ 656 mil, superando em mais de 600% o valor original de R$ 90 mil, proposto pelo Ministério da Saúde.

As quebras de sigilos bancário e fiscal realizadas no curso das investigações revelaram que essa mesma funcionária da
Secretaria de Saúde e alguns de seus familiares receberam valores monetários em suas contas bancárias, transferidos por pessoas vinculadas à empresa fornecedora dos equipamentos.

Como tentativa de reaver os valores desviados, outras medidas judiciais foram tomadas, como o seqüestro bens imóveis, veículos e ativos financeiros em nome dos investigados, que uma vez condenados, estarão sujeitos à pena máxima de 20 anos de reclusão.

Cerca de 70 policiais federais, além de 10 auditores da CGU e 10 auditores da Receita Federal participam das ações da chamada "Operação Desvia".