Investigação

PM afasta das ruas policial suspeito de matar jovem no Pica-Pau

Segundo o comandante do 16° Batalhão, o militar atuará internamente enquanto o inquérito policial militar é concluído; o prazo máximo para o fim da investigação é de 40 dias

Por Franco Malheiro e Raquel Penaforte
Publicado em 28 de novembro de 2019 | 19:30
 
 
 
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O policial militar suspeito de ter matado um homem de 24 anos durante uma abordagem policial foi afastado das ruas, nesta quinta-feira (28).  A Polícia Militar instaurou inquérito policial militar para investigar o caso e aguarda laudo do Instituto Médico Legal (IML) sobre a causa morte da vítima. O caso aconteceu na tarde desta quarta-feira (27) na Vila Pica-Pau, bairro Jardim Vitória, região Nordeste de Belo Horizonte.

Segundo o comandante do 16° Batalhão, tenente coronel Frederico Otoni, foi aberto um inquérito policial militar-- por se tratar de um caso envolvendo um policial militar -- na manhã desta quinta e, por segurança, afastou o militar envolvido.  

"Por segurança, afastei o policial do serviço das ruas, ele permanecerá em exercício interno enquanto concluímos o inquérito”, informou o Tenente Coronel. 

"É preciso deixar claro que ainda não se pode concluir que a morte do indivíduo tem ligação com a atuação policial e nem se o militar comenteu abuso em sua ação. Ontem (quarta-feira), ainda não havia a causa morte, por isso solicitamos ao IML que nos envie o laudo para assim darmos continuidade nas apurações. Primeiro, precisamos saber se a causa morte do indivíduo tem relação à abordagem policial, se há nexo na acusação", ressaltou. 

Otoni ainda explicou que o inquérito policial militar tem prazo máximo de 40 dias para ser concluído e ele pediu prioridade no caso. 

“Nesse primeiro momento, estamos dependendo que o IML envie o laudo da causa morte do indivíduo. A depender do prazo que o laudo chega a nós, acredito quem em menos de 40 dias pode ser concluído”, afirmou.

O Caso

Segundo relatos de Wilton dos Santos Venâncio, de 26 anos, que estava com a vítima durante a abordagem, eles foram surpreendidos pela PM quando saiam da igreja onde trabalhavam capinando a grama.

"A gente estava trabalhando para o pastor, os policiais já mandaram a gente encostar. A gente falou que estava trabalhando, até mostramos que estávamos sujos de terra, mas eles nos mandaram calar a boca e disseram que éramos bandidos", relatou.

A partir deste momento, segundo Venâncio, o amigo teria reforçado que eles estariam trabalhando e um dos militares teria ficado irritado e o agredido.

"Ele deu uma banda, depois uma rasteira, daí o menino caiu e bateu a cabeça. Ele conseguiu levantar, mas o policial ajoelhou e deu um mata-leão que ele ficou roxo e desmaiou. Depois o policial veio e o arrastou. Um outro só deu um chute nele, ele suspirou, fez xixi na roupa e veio a óbito", contou.

O rapaz contou ainda que, após o ocorrido, os policiais teriam conversado e falado para liberarem os dois pois "poderia dar um B.O".

O rapaz, que foi encaminhado à Unidade de Pronto Atendimento (Upa) do bairro Primeiro de Maio, já teria chegado sem vida. O corpo dele foi encaminhado ao Instituto Médico Legal (IML).

Posição da PM

A Polícia Militar, através do major Flávio Santiago, apresentou a sua versão da ocorrência. Segundo o major, o jovem morto reagiu a abordagem dos policiais. Veja: 

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