8 MIL FAMÍLIAS

PM informa que desocupação irá começar na segunda-feira

Mesmo assim, militares estão no local nesta sexta-feira mapeando o terreno; moradores se sentem intimidados com a presença deles nas ocupações

Por JULIANA BAETA
Publicado em 08 de agosto de 2014 | 12:06
 
 
 
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A Polícia Militar (PM) reafirmou, nesta sexta-feira (8), que a desocupação na área da Mata do Isidoro, na região Norte de Belo Horizonte, só acontecerá a partir da próxima segunda-feira (11). O terreno abriga as ocupações da Granja Werneck (Vitória, Rosa Leão e Esperança), Zilah Spósito e Fazenda Tamboril, que têm, conforme os moradores, aproximadamente 8 mil famílias.

Apesar disso, representantes das ocupações se intimidam com a presença da PM no local que, na manhã desta sexta-feira está mapeando o terreno e rodeando os moradores. Uma moradora da ocupação Zilah Spósito informou que após entrar em contato com o presidente da Comissão de Direitos Humanos da OAB Willian Santos, os militares deixaram o local. Mas continuam rodeando. Santos confirmou que recebeu a denúncia de moradores da ocupação que estavam com medo de que a desocupação começasse a qualquer momento.

O representante do movimento Brigadas Populares Luiz Fernando Vasconcelos, que está na ocupação Rosa Leão, informou que militares estão no local identificando a área e mapeando o terreno.

A assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG) informou que a liminar expedida em agosto do ano passado que determina a desocupação da área continua valendo e agora está em fase de cumprimento de mandado, e que foram delegados oficiais de Justiça para o local. 

Entenda

Na quarta-feira (6) aconteceu a primeira reunião entre a PM e os moradores para tratar sobre a liminar que autoriza o despejo das ocupações Vitória, Rosa Leão e Esperança. No primeiro encontro, que, segundo os ocupantes, durou apenas 15 minutos, a corporação informou apenas que a ação ocorrerá dentro de 15 dias, não precisando quando seria.

Segundo as informações de Rafael Bittencourt, membro das Brigadas Populares, durante a breve reunião o Conselho Estadual de Direitos Humanos questionou a PM se eles tinham cadastrado o número de crianças, mulheres, idosos e deficientes presentes nas ocupações. "Eles falaram que não, mas planejam desocupar sem nem saber quantas pessoas tem lá. Sobre para onde as famílias serão levadas, eles apenas falaram que a Prefeitura de Belo Horizonte já apresentou os abrigos. Não falaram da condição, se terá como acolher todo mundo, nada", denunciou Bittencourt.

Segundo o coronel Ricardo Machado, comandante do policiamento especializado da capital, a polícia pretende realizar a desocupação de forma pacífica, porém, se for preciso, usará de força para garantir o cumprimento da lei. “Quem faz a reintegração de posse são os oficiais de Justiça. O papel da PM, nesse caso, é o de dar apoio aos oficiais para que a lei seja cumprida”, informou o comandante.

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