INVESTIGAÇÃO

PM mata suposto chefe do tráfico em operação na Vila Barraginha, em Contagem

Caso ocorreu na noite deste sábado, durante a apuração de uma denúncia de disparos de arma de fogo que teriam sido feitos em uma festa julina

Por Simon Nascimento e Manuel Marçal
Publicado em 17 de julho de 2022 | 16:52
 
 
 
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Um homem que seria o responsável pelo tráfico de drogas na Vila Barraginha, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte, foi morto por um policial militar durante uma ação da corporação na noite deste sábado (16). A Polícia Militar (PM) alega que foi acionada para a região com o intuito de apurar disparos de arma de fogo que estariam sendo feitos durante uma festa julina. 

A denúncia, conforme a PM, indicava que um homem conhecido como "Marquinhos", que seria o chefe do tráfico na região, estaria com uma arma e ameaçando os participantes da festa. O homem estaria se envolvendo em brigas. Quando chegaram ao local, os policiais se depararam com o homem de 29 anos que, ao avistar os militares, teria ido para cima dos agentes. 

De acordo com a PM, Marquinhos não obedeceu às advertências verbais e teria tentado tomar a arma de um dos sargentos que atendia a ocorrência. O militar, no entanto, reagiu e atirou três vezes contra o homem. Em vídeos que circulam nas redes sociais, é possível ver que a confusão entre o policial e o homem morto ocorreu atrás de uma Kombi. 

Não foi possível verificar, pelas imagens, se de fato houve tentativa de tomar a arma do policial. Em meio às discussões, é possível ouvir os estampidos dos três tiros. Confira: 

Revolta 

Familiares e conhecidos de Marquinhos contestaram a versão da Polícia Militar. Eles afirmam que a confusão teve início na porta de uma pastelaria, quando o homem resolveu tirar satisfação com um vizinho que estaria se vangloriando no bairro por ter engravidado uma criança de 12 anos. 

Marquinhos, que já estaria bêbado, teria pegado um pedaço de pau e foi para cima do outro morador, que estava armado pois tinha autorização legal de porte. Eles teriam discutido e Marquinhos tomou a arma dele e, depois disso, desferiu coronhadas. Os moradores falam que não houve disparos, ao contrário do que disse a PM. 

Após a confusão, a família do vizinho teria chamado a polícia para a o local. Ainda segundo relatos de moradores da região que circulam pelas redes sociais, os policiais estariam tentando tomar um sítio, onde Marquinhos morava, que teria sido comprado com dinheiro oriundo do tráfico de drogas. 

Em outros vídeos disponíveis nas redes sociais, uma mulher que se identifica como irmã de Marquinhos grita dizendo que ele não havia "feito nada" para ser baleado pelos policiais.

PM se posiciona 

Em entrevista coletiva neste domingo (17), a porta-voz da PM, major Layla Brunella, diz que o homem desobedeceu inúmeras ordens para que ele saísse do local. A militar disse ainda que o sargento tentou retirar Marquinhos do local o puxando pela camisa, momento em que ele teria tentado dar um tapa na cara do policial e levado a mão na direção da arma utilizada em serviço. 

“Momento em que ele é repelido pelo policial que efetua três disparos”, diz a porta-voz. Conforme a major, não foi verificado “qualquer tipo de excesso ou exagero na abordagem”. O militar foi levado à sede do 39º Batalhão, onde recebeu um auto de prisão em flagrante e teve a arma apreendida. 

A conduta do militar será investigada pela corregedoria da corporação. Segundo a PM, Marquinhos tinha sete passagens por porte ilegal de arma de fogo, uma por comércio ilegal de armas e nove prisões relacionadas ao tráfico de drogas. 

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