Investigação

Polícia vai interrogar 60 pessoas até o fim de dezembro

Dois corpos devem ser identificados no IML de Belo Horizonte até o fim desta sexta-feira; Oito pessoas já foram ouvidos no inquérito até agora

Por Da Redação
Publicado em 26 de novembro de 2015 | 15:42
 
 
 
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Cerca de 60 pessoas devem ser interrogadas pela Polícia Civil até o fim do próximo mês sobre o rompimento da barragem da Samarco, cujo os donos são a Vale e a BHP, em Mariana, na Região Central de Minas Gerais. Uma força-tarefa foi montada pela corporação para investigar o desastre ambiental, iniciado em 5 de novembro. Até esta quinta-feira (26), foram ouvidas oito pessoas.

A nova chefe da Polícia Civil de Minas Gerais, delegada Andréa Vacchiano, nomeada para o cargo no dia 19 deste mês, reuniu a equipe multidisciplinar responsável pelo inquérito do caso para obter um balanço das atividades investigativas e acertar as próximas etapas do trabalho.

A determinação é que os peritos acompanhem os depoimentos dos técnicos e solicitou que as oitivas sejam feitas, paralelamente, em Mariana, Ouro Preto  e Belo Horizonte, sob coordenação do delegado regional Rodrigo Bustamante, titular do inquérito, com apoio do delegado de Meio Ambiente, Aloísio Daniel Fagundes.

Em função da experiência adquirida durante a investigação do estouro da barragem da Herculano Mineração, ocorrido em 10 de setembro de 2014, em Itabirito, a delegada Mellina Clemente vai passar a integrar a equipe que apura o caso de Mariana – ela está concluindo o relatório final, que será divulgado nos próximos dias.

“A primeira etapa da investigação avançou bastante. Um caso como esse de Mariana é de enorme complexidade, precisamos checar detalhes variados e colher todas as provas técnicas e materiais possíveis para esclarecer para a opinião pública o que de fato aconteceu, quais as causas e quem foram efetivamente os responsáveis pelo ocorrido”, afirmou Andréa Vacchiano.

Vítimas

O corpo de um homem, encontrado na noite dessa quarta-feira (25), em Ponte do Gama, também em Mariana, está aguardando identificação. Não é possível afirmar ainda se a morte tem relação com o desabamento da barragem. Já o Instituto de Criminalística (IC) da Polícia Civil agiliza a fase de análises de DNA para identificação dos perfis dos segmentos corpóreos. Depois será feita a confrontação com o material de familiares de desaparecidos.

“Esse trabalho não permite previsão exata. O estágio de conservação dos segmentos corpóreos normalmente exige seguidas repetições dos exames e há casos em que o resultado sai em duas semanas e outros que demoram até seis meses”, adianta o diretor do IC, Marco Paiva, acrescentando que o laboratório busca resolver, paralelamente, os casos de Mariana e os da rotina.

No Instituto Médico Legal (IML), em Belo Horizonte, legistas estão concluindo o exame odontolegal de dois corpos que, após a identificação, devem ser liberados às famílias amanhã. De um terceiro corpo, também no IML, foi possível fazer a coleta de impressões digitais, que agora serão comparadas com material genético.

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