Crise Hídrica

População não para de denunciar vazamentos e desperdícios de água

Em Betim, vazamento já dura mais de 24h; no bairro São Pedro, em BH, Copasa depende que PBH retire uma árvore caída para fazer o reparo de canos quebrados

Por JOSÉ VÍTOR CAMILO
Publicado em 27 de janeiro de 2015 | 17:56
 
 
 
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Desde que a Companhia de Saneamento de Minas Gerais (Copasa) anunciou na última semana que os reservatórios que abastecem a região metropolitana estavam em situação crítica, assustada, a população não para de enviar à reportagem de O TEMPO relatos de vazamentos e desperdícios de água em toda a Grande BH. Desde vazamentos próximos de casa a pessoas lavando prédios e calçadas usando água. 

O administrador Gualtiero Giannoni, de 50 anos, mora em um prédio localizado na rua Vicência Maria de Jesus, no bairro Jardim Da Cidade, em Betim. "Desde a madrugada de segunda-feira (26) notei que havia um vazamento no passeio de um prédio. Liguei para a Copasa pela manhã e fiz uma solicitação de urgência", contou.

Apesar do chamado, até a tarde desta terça-feira (27) o vazamento continuava no local. "O problema é que não é pouca, é muita água que está sendo desperdiçada. É um absurdo eles demorarem tanto em plena crise hídrica", disse o administrador. Procurada, a companhia de saneamento informou que a solicitação foi registrada nos sistemas da empresa somente na segunda-feira e que o serviço seria executado ainda nesta terça-feira. 

A chuva desta segunda-feira também gerou um vazamento na rua Major Lopes, no bairro São Pedro, na região Centro-Sul de Belo Horizonte. Uma árvore de grande porte tombou e acabou danificando canos sob o passeio. 

A Copasa esclareceu que, até que a Prefeitura de Belo Horizonte providencie a retirada da árvore do local, que está prevista para ocorrer somente nesta quarta-feira (28), a empresa montará uma rede paralela para garantir o abastecimento da região.

Caminhão-pipa

No último domingo (25), uma leitora se indignou ao ver funcionários da Superintendência de Limpeza Urbana (SLU) usando um caminhão-pipa para limpar o passeio em cima do quarteirão fechado da avenida Brasil, próximo ao cruzamento com Carandaí, em frente ao colégio Arnaldo, no bairro Anchieta, na região Centro-Sul de BH.

"Ele estava jogando água no asfalto, no passeio, para todos os lados mesmo. Não resisti e tive que tirar umas fotos", contou a servidora pública de 27 anos, que preferiu não ter o seu nome publicado.

FOTO: WEB REPÓRTER
desperdício
Servidora pública flagrou funcionário da PBH lavando rua com água

Procurada pela reportagem, a assessoria do SLU informou que restringiu em 80% a utilização de caminhões-pipa na limpeza da capital em decorrência da situação enfrentada de racionamento de água em Minas Gerais. "O uso desses veículos está ocorrendo somente para ações absolutamente essenciais, como quando há presença de urina e para a higienização de espaços após o término de feiras púbicas. Conforme determinação da Copasa, todos devem economizar, pelo menos, 30% de água, e a SLU já está se adequando a essa realidade", dizia a nota.

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