Pesando no bolso

Preço médio da gasolina em Minas passará de R$ 7 com novo aumento

Em postos de Belo Horizonte, o combustível chega a R$ 7,75 nesta quinta-feira (10)

Por Gabriel Rodrigues
Publicado em 10 de março de 2022 | 13:58
 
 
 
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O preço médio da gasolina em Minas Gerais pode chegar a R$ 7,33 após o novo aumento anunciado pela Petrobras nesta quinta-feira (10). A empresa consultora do mercado Raion Consultoria estima que a alta dos preços se traduza, na prática, em R$ 0,81 por litro de diesel S10 e R$ 0,45 por litro de gasolina no Estado, reforçando a previsão da Petrobras. 

O levantamento semanal mais recente realizado pela Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), com preços até o dia 5 de março, calcula que o preço médio da gasolina no Estado era R$ 6,884. Os preços podem ultrapassar os R$ 7,33, pois o aumento é sobre os valores atuais praticados pelos postos — em um estabelecimento na avenida Amazonas, por exemplo, o combustível já era vendido por R$ 7,75 nesta tarde, e estabelecimentos em outros pontos da cidade também se aproximam dessa escala. 

O valor médio do diesel S10 era R$ 5,644, no levantamento da ANP, o que pode se elevar até cerca de R$ 6,54, com o novo aumento. O aumento estipulado pela Petrobras, de 18,7% para a gasolina e de 24,9% para o diesel, só começa a valer nesta sexta-feira (10), na prática, mas consumidores apontam que postos estão aumentando o preço nesta quinta. Preços dispararm de R$ 6,80 a R$ 7,50, por exemplo, em poucas horas, e até o etanol sofreu inflação em alguns postos.  

O sócio da empresa consultora do setor Raion Consultoria Eduardo Melo avalia que, mesmo antes dos aumentos da Petrobras, já havia pressão por aumento. “O primeiro movimento é o receio da falta de combustíveis, o que fez com que alguns distribuidores cortassem pedidos. Isso ligou um alerta e há aumento de todo produto que é mais demandado. O segundo ponto é que, com a defasagem do preço em relação ao valor internacional, as distribuidoras vinham repassando aumento antes da Petrobras, pela parcela de produto importado”, analisa. 

A Petrobras ressaltou que o último aumento havia ocorrido há 57 dias e que a alta atual é devido à guerra na Ucrânia, que restringiu o acesso a derivados da Rússia a países do Ocidente e aumentou o preço internacional do barril de petróleo. O professor de economia do Ibmec BH Felipe Leroy avalia que a temporada de altas não tem volta mesmo se o conflito não perdurar. 

“Teremos que lidar com isso. Nunca vi o preço retornar ao estágio anterior, é muito difícil ele ceder, porque as pessoas acabam se acostumando e o distribuidor sabe disso. Se a Rússia não recuar no conflito, o céu pode ser o limite para o preço do combustível, porque ele é uma commodity escassa e de que todos precisamos”, diz. Ele enfatiza que o brasileiro pode esperar uma alta generalizada de preços de alimentos nas próximas semanas, já que o combustível inevitavelmente se reflete na maior parte dos produtos. 

Sindicato nega escassez de combustível em Minas

Distribuidoras e postos de combustíveis no Paraná e em Estados do Norte e Nordeste, mais dependentes de importações, vinham enfrentando problemas de abastecimento, devido à diferença do preço praticado no Brasil e a cotação internacional do petróleo. Em Minas, segundo o Sindicato do Comércio Varejista de Derivados do Petróleo do Estado de Minas Gerais (Minaspetro), não há risco de desabastecimento. De acordo com a entidade, postos de marca própria tiveram problemas, porém eles foram sanados e representam um "índice irrelevante".  

O Minaspetro diz ainda que está em interlocução com distribuidoras para que fretes sejam reajustados imediatamente, diante do aumento da Petrobras, e não haja risco de desabastecimento. "O Minaspetro ressalta que o mercado de combustíveis é livre e cada empresário varejista tem total independência para calcular seus preços de bomba, levando em conta os custos operacionais e estratégias comerciais. Cabe destacar, contudo, que a grande maioria dos postos repõe seus estoques diariamente, com isso, os revendedores já irão receber as novas cargas com os custos reajustados pelas distribuidoras", finaliza nota do sindicato. 

Esta matéria está em atualização

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