O prefeito de Alpinópolis, no Sul de Minas, Rafael Freire (PSB) recebeu ameaças virtuais após conceder uma entrevista a uma rádio local, no dia 27 de maio, e dizer que para tentar controlar a situação da Covid-19 na cidade, iria decretar um lockdown. A mensagem foi enviada por meio do Facebook e a Polícia Civil trabalha para tentar identificar quem é o suspeito.
Segundo o prefeito, após enviar as mensagens, o suspeito bloqueou o perfil, o que não possibilitou a identificação. A mensagem trazia ameaças contra a mãe do mandatário do executivo municipal, que tem 46 anos. “Se você fechar a nossa cidade, eu e os traficantes que conheço vamos matar a sua mãe. Fica esperto, vacilão”, dizia a mensagem enviada ao prefeito.
Freire afirma que a mensagem foi uma tentativa de intimidação, mas que mesmo assim, ele decidiu seguir em frente e decretar o lockdown de dez dias na cidade, que se encerrou neste domingo (6).
“Mesmo assim eu não recuei, mantive o lockdown e fiz cumprir o decreto. A gente fica bastante assustado. Eu encaro mais com uma tentativa de intimidação. Acho que isso é mais blefe do que algo para ser colocado em prática, mas a gente não pode brincar com a sorte. Estamos há dez dias em casa e reforçamos os aparatos de segurança. Instalamos câmeras de segurança na minha casa e na casa dos meus pais e estamos nos organizando para enfrentar esse problema”, disse o prefeito.
Durante dez dias, todos os estabelecimentos da cidade tiveram que fechar as portas, inclusive os considerados serviços essenciais, apenas com a exclusão dos serviços de atendimento de saúde. Supermercados só puderem fazer atendimento no sistema delivery. Nesta segunda (7), será iniciado a flexibilização gradativa dos estabelecimentos.
“Vamos fazer a retomada moderada das atividades comerciais, com o funcionamento até às 18h. bare estão impedidos de funcionar, assim como festa e eventos de qualquer natureza. Vai estar tudo fechado para que a gente faça uma retomada de forma gradativa”, explicou o prefeito.
Ainda sobre as ameaças recebidas, Freire afirma que isso é resultado do momento de ódio e da polarização ideológica que se instalou no país. “Isso se deve um pouco ao momento extremado que o país vive. Se tornou uma guerra ideológica, a gente está tendo que defender o óbvio. Isso é resultado do viés extremista que está tomando conta do país. A gente tem que dar uma basta nisso, antes que seja muito tarde”, concluiu o prefeito.