Região Centro-Sul de BH

Prefeitura lança concurso para revitalizar avenida Bernardo Monteiro

A medida foi publicado no último sábado (13), no Diário Oficial do Município (DOM)

Por Letícia Fontes e Isabella Melano
Publicado em 16 de outubro de 2018 | 11:40
 
 
 
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A avenida Bernardo Monteiro no trecho que fica no bairro Santa Efigênia, na região Centro-Sul da capital, vai ganhar cara nova. Um concurso nacional da Prefeitura de Belo Horizonte vai selecionar um projeto para a revitalização da área. A medida foi publicado no último sábado (13), no Diário Oficial do Município (DOM). 

Em janeiro de 2014, várias árvores da espécie fícus, localizadas no trecho, foram podadas. Depois disso, o movimento Fica Fícus tomou corpo para que os vegetais não fossem completamente retirados da via.

De acordo com a PBH, o projeto deve prever o retorno de árvores de grande porte e copas frondosas, para garantir a continuidade da paisagem, além de garantir o retorno das feiras no canteiro central e inclusão não somente a vegetação, como os pisos, a iluminação, o mobiliário e demais equipamentos. 

Ainda segundo a prefeitura, o concurso leva em conta diretrizes aprovadas pelo Conselho Deliberativo do Patrimônio Cultural do Município de Belo Horizonte (CDPCM-BH) e foi resultado de amplas discussões com a sociedade.

Por se tratar de um concurso de paisagismo, as propostas deverão ser apresentadas por equipes de profissionais, representadas por pessoas físicas ou jurídicas.

"Nós dialogamos com os comerciantes do entorno, os feirantes participantes das feiras populares que antes ocorriam ali, com membros do Movimento Fica Ficus, com representantes do Ministério Público, da Câmara Municipal de Belo Horizonte e com técnicos de todas as áreas da PBH envolvidas com a gestão dos espaços", afirmou o Secretário de Meio Ambiente, Mário Werneck. 

O concurso prevê a entrega de um anteprojeto que, após a seleção, servirá de base para o projeto final. De acordo com o Arquiteto da Gerencia de Projetos Especiais da Secretaria Municipal de Meio Ambiente, Júlio De Marco, estabelecer o prazo de início e de conclusão das obras vai depender da complexidade do projeto final.

"A estimativa é que após a seleção do anteprojeto a entrega do projeto concluído demore cerca de seis meses. Só com ele em mãos que vamos poder partir para as etapas de orçamento, compra de material e início das obras", diz o arquiteto. 

O orçamento da previsto para a obra é de R$ 500 mil e, as medidas realizadas também vão depender do projeto, no entanto, o arquiteto, Júlio De Marco afirma que existem alguns objetivos. "Queremos restaurar a ambiência original, com árvores de grande porte e voltar com o movimento cultural típico da região. Claro, que sabemos que os fícus demoraram mais de 70 anos para chegar ao tamanho que têm, mas estamos prevendo algo intermediário, para que a praça possa ser ocupada pela população novamente o mais rápido possível, mas ainda não podemos estabelecer um prazo para a colta das feiras."

Desde 2014 as árvores da região vêm sendo tratadas contra a infestação de moscas brancas. "Cerca de 21 árvores foram comprometidas pela infestação. Hoje, são realizadas podas e retiradas de galhos ameaçados e que possam apresentar risco de queda e consequentemente para a população", conclui Júlio De Marco. 

Antes das obras de revitalização começarem, moradores e comerciantes já estão lidando com obras da BHTrans que visam a implantação da Zona 30. O projeto é coltado para vias locais com velocidade máxima de 30km/h para veículos e prioriza quem anda a pé, de bicicleta ou quem tem mobilidade reduzida. Segundo a assessoria da BHTrans as obras são pela preservação da vida, já que a implantação reduz o número de acidentes nessas vias, e as transforma em locais mais seguros. Além disso, o projeto beneficia o uso do espaço urbano para a convivência das pessoas, e especialmente os idosos que poderão fazer travessias em seu ritmo, com segurança e interagir mais com outas pessoas.

A escolha dos locais foi feita com a participação de especialistas internacionais e nacionais que analisaram vias da Região Hospitalar e no Bairro Cachoeirinha e a Avenida Bernardo Monteiro foi uma das escolhidas. As intervenções estão previstas até novembro deste ano.

A Coordenadora de Sustentabilidade e Meio Ambiente da BHTrans, Eveline Trevisan salienta que a implantação do Zona 30 mão se resume a regulamentar a velocidade para 30 km/h. "É necessário tratar um conjunto de ruas, em uma região específica, com uma série de medidas combinadas, como, por exemplo, rever o desenho e a ocupação das vias, fazer acréscimos de calçadas nas esquinas, criar sinuosidades no traçado da rua, intercalar a modalidade de estacionamento, instalar rotatórias e travessias elevadas, ocupar espaços com bancos, plantas e até praças." 

Opinião. A medida tem divido lojistas e moradores da região. Segundo a comerciante, Maria Lúcia Gomes, 57, a movimentação no local não é a mesma há anos. Para ela, o fluxo do local já tem sido bastante prejudicado com as obras já em andamento.

“Vivemos em obras aqui, as pessoas não passam mais aqui. Falam que vão cuidar das árvores, mas não vejo nada sendo realizado. Não é feito coisas simples como poda. Meu rendimento caiu demais. A pergunta que fica é quando tempo vai demorar para colocar os planos em prática. Eu já não aguento”, afirmou. 

Nascida e criada na região, de acordo com a estudante Paola Medeiros, 26, apesar dos possíveis contratempos, a medida vai devolver o ar acolhedor do bairro.

“Tínhamos muitas feiras e eventos aqui, agora não tem mais. Mas é importante que isso seja resgatado. Obras são problema momentâneos, espero que seja para um bem maior”, contou.

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