Andradas

Presídio 'excelente' no Sul de Minas sofre com déficit de vagas

Penitenciária tem o dobro de presos em relação à capacidade prevista

Por Lucas Gomes e Raíssa Oliveira
Publicado em 24 de outubro de 2023 | 03:00
 
 
 
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Na lista de unidades prisionais consideradas excelentes em Minas Gerais, como mostrou O TEMPO, apenas uma não é Apac. Trata-se do presídio de Andradas, no Sul de Minas. Apesar de ter boas condições, a penitenciária sofre com problemas comuns do sistema prisional, como a superlotação. Esta é a série especial "Grades que torturam: quando as penas superam o previsto na lei".

A unidade tem quase o dobro de detentos a mais do que a capacidade máxima permite. Por lá, 196 presos se amontoam em celas construídas para 82 pessoas com restrição de liberdade. A situação atual pode ser ainda pior do que o retratado pelo CNJ, já que a unidade está com 17 vagas interditadas, enquanto o número de detentos permanece o mesmo. A unidade recebe homens que cumprem sentença nos regimes fechado, semiaberto e aberto. 

Para o sub-diretor do presídio de Andradas, William Ezequiel Costa, a situação considerada “excelente” — apesar do déficit de vagas — é possível por causa da conscientização dos servidores, que prezam pela segurança sem se esquecer da ressocialização. "A gente tenta atender todas as comarcas da região, mesmo diante das dificuldades enfrentadas. Aqui, fomos a primeira unidade a ofertar visitação virtual durante a pandemia. A gente conseguiu uma certa facilidade com esse tipo de ferramenta e ampliamos", declarou o sub-diretor, que frisou não ter presenciado nenhum motim ou movimento semelhante nos cinco antes à frente da penitenciária. 

O presídio de Andradas também foi o primeiro a contar com um projeto de ensino à distância, com foco na ampliação da ressocialização. Em junho deste ano, foi lançada a plataforma na qual os detentos têm acesso aos conteúdos didáticos de todas as matérias da educação básica, dos ensinos fundamental e médio, alinhados com a Base Nacional Comum Curricular (BNCC). Inicialmente, nove detentos vão participar das atividades. Um deles exercerá a atividade de monitor do grupo, alinhando informações e esclarecendo dúvidas de acesso. Essa função será desempenhada por um detento de 36 anos, que já atua há dois anos na organização e distribuição de livros da biblioteca.

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