Vespasiano e São Joaquim de Bicas

Presos fazem carta e ameaçam incendiar ônibus e carros oficiais em MG

Mensagem, assinada pela 'Massa carcerária', foi entregue ao motorista de um coletivo de Vespasiano

Por Clarisse Souza
Publicado em 14 de agosto de 2019 | 09:53
 
 
 
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Policiais militares de Vespasiano e São Joaquim de Bicas, na região metropolitana de Belo Horizonte, estão em alerta total contra uma ameaça de atentados em série feita por presidiários.

O motorista de um ônibus coletivo de Vespasiano foi abordado nessa terça-feira (13) por um motociclista armado que entregou uma carta com exigências sobre a melhoria do tratamento de presos. As queixas seriam contra as condições da Penitenciária Professor Jason Soares de Albergaria, em São Joaquim de Bicas. No bilhete, eles afirmam que "se depois desse comunicado não for (sic) resolvido nossos problemas nessa penitenciária, vamos mandar ordem para outros criminosos que já passou por um presídio para que eles comecem um atentado na Grande BH e cidades grandes". 

Na carta, assinada pela "Massa carcerária", os detentos dizem que estão dispostos a atear fogo em ônibus, carros da prefeitura, fóruns e veículos públicos. Para não cumprir as ameaças, eles cobram melhores condições na Penitenciária Professor Jason Soares de Albergaria. Segundo o relatório Sistema Prisional em Números, do Conselho Nacional do Ministério Público, com dados de 2018, a unidade prisional tem capacidade para 396 detentos, mas estaria abrigando 715, o que representa uma taxa de ocupação de 180,56%. Os exigem ainda "respeito e dignidade" para cumprirem a pena, sem sofrer opressão de agentes. 

A Polícia Militar informou ao jornal O TEMPO que o caso não foi registrado oficialmente. No entanto, a corporação montou operação especial em Vespasiano e São Joaquim de Bicas para coibir qualquer tentativa de atentado. Ainda segundo a PM, a Diretoria de Inteligência da corporação já monitora o caso. 

O Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros Metropolitano (Sintram) informou que acionou a Polícia Militar logo que soube que motoristas haviam recebido cartas assinadas por detentos. Um boletim de ocorrência foi registrado.

Ainda segundo o sindicato, as garagens das empresas foram informadas sobre o ocorrido e os funcionários foram orientados a fazerem contato imediato com a Polícia Militar em caso de qualquer anormalidade. Enquanto isso, o Sintram informou que continua acompanhando o caso e em contato permanente com as autoridades.

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que contribui com a Polícia Civil na apuração da "procedência e legitimidade da carta supostamente ligada ao sistema prisional" e que está avaliando o conteúdo da mensagem.

Atualizada às 14h25.

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