Região Noroeste

Professor de informática é assassinado dentro de lanchonete no Caiçara

Os criminosos insinuaram que a vítima teria cometido roubos, possivelmente na Vila Sumaré, no entanto, ela não tem passagens pela polícia e,segundo a família, sofre de esquizofrenia

Por Natália Oliveira
Publicado em 26 de janeiro de 2021 | 09:46
 
 
 
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Um homem de 53 anos foi assassinado dentro de uma lanchonete no bairro Caiçara, na região Noroeste de Belo Horizonte, na madrugada desta terça-feira (26). Segundo a Polícia Militar, os criminosos insinuaram que a vítima teria cometido roubos, possivelmente na Vila Sumaré, na mesma região. No entanto, ela não tem passagens pela polícia e a família afirma que o homem era professor de informática, mas estava desempregado e sofria de esquizofrenia. 

Ainda segundo a polícia, testemunhas contaram que o professor chegou à lanchonete tentando vender bijouterias e que, apesar da insistência dele, ninguém comprou. Um pouco depois chegaram os dois suspeitos, um deles armado, e começaram a conversar com a vítima.

Os criminosos falaram sobre o professor cometer furtos na região. O homem negou o crime, pediu desculpas e disse que já ia embora. Os suspeitos se exaltaram com a vítima, que levantou os braços para cima mostrando que não queria briga. Um dos homens atirou contra ele. O professor tentou fugir, mas foi baleado e atingido por três tiros, um na cabeça, um no ombro e o terceiro na mão direita.

Ainda segundo as testemunhas disseram para a polícia, antes de atirar, os criminosos tentaram levar o homem para fora do estabelecimento, indicando que não queriam matá-lo dentro da lanchonete. A vítima foi encontrada morta agachada e próxima a porta da saída, mostrando que tentou mesmo fugir. 

Segundo a polícia, após a identificação do homem assassinado foi verificado se ele tinha alguma passagem policial e nada foi constatado. Os policiais perceberam também que não havia registros de roubos na região do Caiçara. No entanto, a lanchonete fica próxima a Vila Sumaré, onde, segundo a polícia, os traficantes não admitem roubos. A suspeita é que os criminosos falavam de crimes cometidos na vila. 

Os militares foram até a casa dos pais da vítima. Eles disseram que o filho não praticava furtos, trabalhava como professor de informática, mas estava desempregado há dois anos. Disseram também que ele tinha esquizofrenia e fazia tratamento ao longo dos anos. No entanto, nos últimos anos, ele estava fazendo uso de bebidas alcoólicas e drogas, o que piorava a doença.

Segundo os familiares, o professor vendia seus pertences pessoais como bijouterias, relógios, roupas e mochilas para manter o vício, já que estava desempregado. Ele ficou na casa dos pais até 19h, depois disso saiu e os familiares não sabiam onde ele estava. O homem foi assassinado por volta da meia-noite. 

As câmeras de segurança filmaram a ação dos criminosos e as imagens foram recolhidas para investigações. Os suspeitos estavam armados com um revólver calibre .38. O que atirou, segundo a polícia, era magro, alto, moreno e com tatuagens no rosto, braço direito e estava com uma camiseta escura e de bermuda. 

O suspeito que deu cobertura era negro, baixo, cabelos compridos e também trajava camiseta escura e bermuda. Eles seriam moradores da Vila Sumaré. Ninguém foi preso. O caso foi repassado para a Polícia Civil para investigações. 

Por meio de nota, a Polícia Civil de Minas Gerais informou que  a perícia técnica e uma equipe de investigadores foram acionados para fazer os primeiros levantamentos. "A autoria, motivação e circunstâncias do fato serão apuradas pelas Delegacia Estadual  de Investigação de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), em Belo Horizonte. Até o momento não houve prisão", diz a nota.

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