Caso Tupi

Professor que parabenizou homem que matou PM paga multa e é liberado em BH

Segundo Justiça, valor foi fixado em R$ 1.200 durante uma audiência; a apologia de crime é considerado ato de pequeno potencial

Por Carolina Caetano
Publicado em 18 de setembro de 2019 | 14:31
 
 
 
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O professor de 27 preso em Belo Horizonte ao parabenizar um bandido pela morte de um policial militar passou por uma audiência no juizado criminal, pagou uma multa no valor de R$ 1.200 e foi liberado. A informação foi confirmada na tarde desta quarta-feira (18) pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).

De acordo com a assessoria do órgão, a apologia de crime é considerado ato de pequeno potencial, e a audiência foi realizada nessa terça-feira (17). Antes, o educador tinha sido encaminhado à Polícia Civil, onde assinou um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO). 

O homem foi preso no bairro Novo Tupi, região Norte da capital. De acordo com a Polícia Militar, em uma rede social, ele parabenizou o criminoso que atirou e matou um cabo da corporação na noite dessa segunda-feira (16). O militar Sérgio Ricardo Silvério Cavalcante, de 35, foi baleado em Ibirité, na região metropolitana de BH.

"Esse homem, que é professor designado, comentou em uma publicação no Facebook que falava da morte do policial. Ele escreveu 'parabéns ao menino da moto'. O print do comentário foi feito e circulou nas redes sociais. Fizemos uma pesquisa e descobrimos que ele mora na região do 13 Batalhão, trabalhava para a Secretaria de Educação e ministrava aula para meninos de 7 e 13 anos, primeiro e nono ano do ensino fundamental", explicou o major Sérgio Dias. 

Em conversa com a reportagem de O TEMPO, o homem afirmou que se confundiu ao ler a notícia da morte do policial.

"Eu tomei remédio para dormir (na segunda de noite). Abordei às 4h30, olhei a notícia rapidamente e fui comprar pão para minha mãe. Tinha entendido que o policial estava na moto e tinha atingido o cara dentro do carro. Quando eu voltei para casa vi que tinha repercutido. Apaguei a mensagem e agora é pagar pelos meus atos. Acredito que não vou continuar dando aulas, servi de mau uso exemplo para os meus alunos. Quero pedir desculpas pela vergonha que estou fazendo meus pais passarem. Quero pedir desculpas também para a família do militar. Eu não sou contra polícia", finalizou. 

Secretaria de Educação

Por meio de nota, a Secretaria de Estado de Educação se manifestou sobre o assunto dizendo que a ocorrência ocorreu fora do horário e ambiente de trabalho, e que portanto irá aguardar o resultado das apurações dos órgãos competentes para adotar eventuais medidas. Confira na íntegra:

Sobre a ocorrência policial envolvendo um professor que atua em uma escola estadual em Belo Horizonte, a Secretaria de Estado de Educação de Minas Gerais (SEE/MG) informa que a ocorrência foi registrada fora do ambiente escolar. A Superintendência Regional de Ensino (SRE) Metropolitana C, responsável pela coordenação e acompanhamento da escola, bem como a direção da unidade escolar estão cientes da ocorrência registrada pela Polícia Militar, mas ainda não conhecem o teor do registro. É importante ressaltar que cabe aos órgãos competentes a investigação dos fatos. A escola aguardará o resultado das apurações para adotar as eventuais medidas administrativas.

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