PARALISAÇÃO

Professores 'cruzam os braços', e escolas municipais de BH estão sem aula hoje

A principal reivindicação é com relação à não aprovação da mudança da Lei Orgânica do Município, que altera a forma de contratação dos professores da rede

Por Raquel Penaforte
Publicado em 22 de agosto de 2023 | 08:40
 
 
 

Professores de escolas municipais de Belo Horizonte não estão em atividade nesta terça-feira (22 de agosto). A paralisação acontece após uma decisão da categoria em pressionar o município em atender suas solicitações. A principal reivindicação é com relação à não aprovação da mudança da Lei Orgânica do Município, que altera a forma de contratação dos professores da rede.

"Por muitos anos, a Prefeitura de Belo Horizonte contrata professores através de concurso públicos, mas, recentemente, o secretário de educação, Charles Diniz, apresentou um Projeto de Lei, que altera a forma de contratação para processo seletivo. Na nossa visão, isso prejudica em muito a qualidade da educação, já que os profissionais não conseguirão formar carreira, terão vagas temporárias com salários de iniciantes para sempre", afirma a diretora do Sindicato dos Trabalhadores da Educação de Belo Horizonte, Flávia Silvestre.

Nesta tarde, a categoria vai se reunir em assembleia, às 14h, na praça da Estação, no Centro da cidade. "Vamos deliberar sobre os próximos passos. Nossa expectativa é que o secretário não encaminhe ao Legislativo esse PL e que seja mantida a forma atual de contratação, garantindo a qualidade da educação", pontua.

Além dessa proposta, os professores também pretendem debater sobre a proposta salarial de 2024, descongelamento de direitos e tempo extra de trabalho fora das salas de aula. 

Ainda segundo a diretora do Sind-Rede, alunos da educação infantil, de 2 a 5 anos, serão ainda mais prejudicados. "É uma idade que demanda criação de vínculo. Mas com vagas temporárias, é impossível", diz.

Transtorno nas escolas

A Carolina Fernandes Rasuck, mãe de uma criança matriculada na Emei Sabinópolis, no Carlos Prates, região Noroeste de Belo Horizonte, disse que entende a razão da greve, mas afirma o transtorno que dá aos pais.

"Eu entendo a importância da movimentação dos professores e acho que eles são, realmente, muito mal remunerados. Mas eu sou professora particular de inglês e hoje tive que cancelar minhas aulas pois não tinha com quem deixar meus meninos", conta.

Procurada por O TEMPO, a PBH informou, por nota, que a Secretaria Municipal de Educação (SME) respeita a adesão à paralisação/greve, "que é individual de cada professor". "Em respeito à comunidade escolar, garantimos a reposição da carga horária para que nenhum aluno seja prejudicado", finalizou.

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