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Programação diurna da Virada Cultural tem tambor, chorinho e cordel

A manhã foi marcada pelo ritmo do cordel que encantou as crianças, e o início da tarde começou bem com o chorinho do grupo Naquele tempo, na praça Sete

Por ALINE DINIZ
Publicado em 31 de agosto de 2014 | 12:28
 
 
 
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Poesia, teatro e música foram as principais atrações que preencheram a manhã deste domingo na Virada Cultural. Por volta de 10h espectadores assistiram ao espetáculo Juvenal e o Dragão, da iniciativa Cordel de Papel, que se apresentou em um caminhão colorido que abrigou dois atores, rimas e bonecos como palco na rua Rio de Janeiro.

O objetivo do espetáculo é mostrar o que é o cordel. Estilo oriundo de Portugal, a literatura repleta de rimas é mais comum no Nordeste.

O diretor da Companhia Forini, Gian Liorini, explica que os bonecos de cara foram usados por causa da estética chapada. Assim, foi possível, segundo ele, aproximar o espetáculo com a leitura de um livro. A companhia existe há 25 anos. Há 12, eles viajam por Minas Gerais com o caminhão pelo interior do Estado disseminando o cordel.

A psicóloga Ana Paula da Silva, de 37 anos, levou o filho de 8 e as duas filhas de 9 e 2 anos para a Brincadeira de Cordel, que aconteceu logo após o espetáculo. Vestidos como nordestinos e com um violão na mão, dois artistas interagiram com as crianças que estavam sentavas sob uma lona.

A família de Ana é de Juiz de Fora, na Zona da Mata, e está na capital a passeio. "Ouvimos a música e paramos. Achei interessante. Gosto da cultura e das brincadeiras que a resgatam", disse a mãe. Os pequenos ficaram vidrados na brincadeira. "A Valentina [2 anos] veio correndo. E ela é agitada, mas ficou prestando atenção" contou Sofia Castro Zambelli, de 9 anos. Ela completa que o cordel é “diferente”. “Geralmente a gente fica só na televisão. Eu fiquei hipnotizada", relatou a pequena.

Segundo a organização do evento, 70 pessoas assistiram ao espetáculo Cordel de Papel e 60 participaram da Brincadeira de Cordel. 

Chorinho

Já no início da tarde, a música ficou por conta do chorinho do grupo Naquele Tempo, show que começou por volta de 12h30, na praça Sete.

Inspirados por choros de Jacob do Bandolim, Waldir Azevedo e Pixinguinha, o grupo animou as pessoas que foram até a praça assistir ao show e também aqueles que estavam nos bares do entorno.

O engenheiro mecânico e professor de ciências econômicas da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), Francisco Vidal, de 57 anos, já escuta chorinho desde a década de 80. "Sou da época que a gente saia da faculdade e ia para o Elite escutar. Já ouvi falar do grupo", disse. Acompanhado da família, ele contou que ainda vai assistir ao show de Paula Fernandes e a Vesperata de Diamantina.

O chorinho da Virada Cultural levou 300 pessoas à praça Sete. 

Tambolelê

O show Fala Tambor foi uma das atrações da tarde da Virada Cultural. A apresentação  parou quem passava pelo parque Municipal. Por volta de 13h30, garotos e garotas tocaram alto e encheram o local de energia. "Eu sou tambolelê, eu sou a luz do sol. Eu sou a luz da lua. Porque eu vou, eu vou é quebrar tudo", repetiram os artistas em coro.

Espectadores assistiam com sorriso nos lábios. O ritmo embalou danças e muitos aproveitaram para também registrar o momento com celulares. Mesmo debaixo de sol, espectadores não deixaram o show pela metade. Algumas crianças se sacudiam com o ritmo e outras olhavam com atenção para as mãos habilidosas dos jovens músicos.

A integrante do Bloco Oficina Tambolelê, Juçara Nunes, 31, revelou que o projeto já tem 15 anos. "Começou para um Carnaval e não parou mais". Ela revela que o grupo foi importante para o seu crescimento pessoal e profissional. "Me recingi como negra e entendi a linguagem da cultura negra", explica. Ela está no grupo há 14 anos e se tornou uma artista, além de percussionista, ela é também bailarina, dentre outros. Outra contribuição do grupo, na opinião de Juçara, é ajudar os adolescentes. "faz com o que eles tenham o que fazer. Meus filhos de 11 e 16 anos fazem parte", completa.

O operador de áudio e vídeo, Alexandre Santana, 31, aprovou o show. "A gente não vê isso sempre em Belo Horizonte, mais no Rio De Janeiro e São Paulo. É Diferente. A animação dos artistas é contagiante.E o público elogiou lá na frente. vale muito a pena", disse.

A apresentação terminou com palmas e gritos de mais um. 

Veja um trecho do espetáculo:

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