O Auxílio Belo Horizonte, criado para ajudar financeiramente as famílias em situação de pobreza e extrema pobreza da capital mineira, deverá ser prorrogado por mais quatro parcelas. O projeto que prevê a ampliação do programa foi entregue nesta quarta-feira (06) pelo prefeito Fuad Noman (PSD) à Câmara Municipal, em uma cerimônia realizada na sede da prefeitura, na avenida Afonso Pena, no Centro de BH. A medida já havia sido antecipada pela presidente da Câmara Municipal, Nely Aquino (Podemos), em entrevista à Rádio Super nesta semana

De acordo com o documento assinado por Fuad, as famílias em extrema pobreza vão receber mais R$ 800, em quatro parcelas de R$ 200. Quem está cadastrado para receber o auxílio e se encontra em situação de pobreza vai receber R$ 400, em quatro parcelas de R$100.

Criado em dezembro de 2021, o auxílio foi pago em seis parcelas que se encerraram em maio deste ano. Ao todo, foram atendidas 204.193 famílias.

Para o pagamento das parcelas entre dezembro e maio, foram gastos R$ 170 milhões dos cofres da prefeitura. Para prorrogação do auxílio, a previsão é que sejam gastos mais R$ 55 milhões.

MUDANÇAS 

A prorrogação do auxílio, conforme consta no projeto da Prefeitura de Belo Horizonte, deverá atender apenas às famílias cadastradas no CAdÚnico, em situação de pobreza e extrema pobreza. Esses dois públicos representam cerca de 37% do total de pessoas atendidas na primeira versão do programa de transferência de renda.

Para o prefeito Fuad Noman, a medida é crucial para atender as pessoas que estão em vulnerabilidade.

“É pouco para quem tem um salário bom, mas para quem tá sem trabalho, não tem emprego ou tem um emprego de subaproveitamento, faz muita diferença”, disse o prefeito, que citou a questão da fome em BH. "“Esse nosso empenho é exatamente para tentar favorecer esse prato de comida dessas pessoas, esses belorizontinos tão sofridos que passaram um período bem ruim na pandemia e ainda não saíram dessa situação”, completou.

Segundo a Secretária Municipal de Assistência Social, Segurança Alimentar e Cidadania, Maíra Colares, um dos motivos para prorrogação do auxílio foi justamente o agravamento do pobreza na cidade e a procura crescente por benefícios sociais pagos pelo poder público, como o Auxílio Brasil.

“A gente tem percebido um aumento da procura pelos cadastros sociais. A prefeitura vem ampliando os pontos de atendimento, eram nove pontos e agora temos 35 pontos de cadastramento, ampliando essas equipes também para que essas famílias tenham acesso de forma célere aos benefícios sociais”, disse Maíra, que citou um aumento de 25% nas famílias em situação de pobreza e extrema pobreza na capital mineira. 

TRAMITAÇÃO

Para que o pagamento seja retomado, será necessária a aprovação do Projeto de Lei na Câmara Municipal, o que não deverá ser um empecilho. Durante a cerimônia, diversos vereadores estiveram presentes e ressaltaram a "união de esforços" do Legislativo e do Executivo para a aprovação da pauta.

Segundo a presidente da Câmara Municipal, Nely Aquino (Podemos), a previsão é que o projeto seja aprovado em dois turnos até o mês de agosto.

“Hoje foram convidados os líderes para estarem aqui e eu creio que haverá celeridade e boa vontade para que esse projeto seja aprovado o mais rápido possível”, disse a vereadora.

Alívio para quem precisa

A dona de casa Solange Rodrigues Barbosa, 54, mora com a filha Sofia, de 11 anos, e recebeu o benefício durante a pandemia, quando o marido dela, infectado pelo Covid, acabou morrendo. "O auxílio Belo Horizonte me ajudou muito, ele fez muita diferença, porque com o auxílio, eu pude realmente ficar em casa e cumprir a quarentena", disse. 

Desempregada atualmente, o anúncio de que o programa pode ser prorrogado, trouxe alívio e esperança.

"Muita gente olha pra ele como uma coisa de um valor muito baixo, mas ele fez a diferença na hora de ficar quieta em casa, e agora, na retomada, a prorrogação vai fazer a diferença, pois a gente vai poder sair em busca de nova renda, sabendo que tem esse auxílio para dar um suporte", completa.