Carros de luxo com escolta. Essa era a estratégia utilizada por uma quadrilha para despistar a polícia durante o tráfico de toneladas de maconha e cocaína saídas do Paraná para serem comercializadas em Belo Horizonte e cidades do interior de Minas Gerais. A conclusão é do Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) que, nesta quarta-feira (10 de maio), deflagrou juntamente com a Polícia Civil a operação "Cascavel" contra o grupo criminoso responsável pelo tráfico interestadual e lavagem de dinheiro.
Ao todo foram cumpridos sete mandados de prisão, sete de busca e apreensão e dois de sequestro de veículos, todos expedidos pela 5ª Vara de Tóxicos, Organização Criminosa e Lavagem de Dinheiro de Belo Horizonte. A Justiça também determinou o bloqueio de mais de R$ 1 milhão em bens e valores dos investigados.
Apesar de ter sido originada na Justiça mineira, todos os mandados foram cumpridos em Maringá, Cascavel, Campo Mourão, Marialva e Cianorte, cidades do Paraná. "A organização criminosa utilizava rotas que dificultavam a fiscalização policial, bem como realizava o transporte das substâncias entorpecentes em carros de luxo e adulterados (clone), que vinham escoltados, com o fim de dificultar a ação das forças de segurança pública", completou o MPMG.
Quadrilha tinha fornecedores na fronteira com o Paraguai
O delegado Marcus Vinícius Lobo Leite Vieira, da Polícia Civil, coordenou as investigações. Ele explica que, além de usar os carros de luxo escoltados e rotas alternativas, a quadrilha também mantinha contatos com fornecedores na fronteira do país.
“Além disso, o líder da organização criminosa, que possui histórico criminal de tráfico de drogas, contava com apoio da companheira e de grandes fornecedores de drogas, sediados em região de fronteira do Brasil, para realizar a traficância em larga escala”, detalhou o delegado.
A operação contou com nove investigadores e duas técnicas da instituição policial mineira, além de 16 policiais rodoviários federais e 20 policiais civis do Paraná.
Força-tarefa nacional
Esta foi apenas uma das três operações deflagradas em Minas Gerais nesta quarta. O MPMG também realizou a operação "Escritório do Crime, contra a atuação do PCC no Sul de Minas, e, também, a operação "Quebrando a Banca", que mirou o jogo do bicho em Patos de Minas, no Alto Paranaíba.
As operações fizeram parte de uma grande ação nacional, que inclui outros 12 estados brasileiros, coordenada pelo Grupo Nacional de Combate às Organizações Criminosas (GNCOC). Em todo o país, estão sendo cumpridos 228 mandados de prisão e 223 mandados de busca e apreensão.
O objetivo da força-tarefa nacional é desarticular "organizações criminosas violentas" com atuação nas ruas e unidades prisionais brasileiras, prendendo seus integrantes e coletando provas dos crimes praticados.