Quase metade das 19 estações de metrô de Belo Horizonte estão sem bancos nas plataformas de embarque e desembarque. Segundo a Metrô BH, empresa responsável pela administração das plataformas, oito terminais estão nessa situação, e a justificativa seria a realização de obras nos locais. Apesar de uma parte das intervenções já terem ocorrido, a instalação das cadeiras não entrou no radar da empresa, que não deu retorno sobre prazos para a resolução do problema. Enquanto isso, os usuários do modal convivem com o desconforto e com a esperança de a tão prometida de ampliação da linha de metrô se tornar realidade.
As estações sem assentos para os passageiros, segundo a Metrô BH, são: Eldorado, Cidade Industrial, Gameleira, Calafate, Carlos Prates, Lagoinha, Santa Efigênia e Vilarinho. No caso da estação Eldorado, conforme a administradora, a parte da plataforma que está liberada atualmente nunca teve bancos, pois funciona apenas como área de desembarque quando está 100% disponível.
Os passageiros, que pagam R$ 5,30 de passagem, se sentem injustiçados. "Minha filha tem certa dificuldade em esperas. Ela não consegue esperar em pé. Ela também tem dificuldades com o toque. Até para segurar a mão dela é difícil. Se ela ficar muito tempo esperando, vai querer bater a cabeça, se machucar", explica a tosadora autônoma Nathalia da Silva Ferreira, de 22 anos, mãe de uma menina autista com 4 anos. A situação teria, inclusive, ocorrido recentemente, como conta a mãe: "Anteontem (quarta-feira), a gente veio aqui pegar metrô, e ela não conseguiu se regular e queria se machucar. Dificulta muito o tratamento dela, o aprendizado, para levá-la para a aula. Dificulta todo o dia dela", contou a mulher enquanto esperava o metrô na estação Cidade Industrial.
A publicitária Patrícia Ester Soares, de 32 anos, que estava na estação Eldorado, reclamou ainda do longo período de espera pelos trens que, segundo ela, pode chegar a 25 minutos. "Eu acho falta de respeito principalmente com quem é idoso, deficiente. O metrô ele realmente não dá assistência ao usuário", reclama. E completa: "Se tivesse um intervalo menor e o trem acoplado (com oito vagões), a gente não ficaria tanto tempo em pé. É revoltante", dispara.
Questionada, a Metrô BH, responsável pelo modal, afirma que a falta de bancos se deve às obras de revitalização nas estações. Conforme a empresa, metade das plataformas dos terminais em obra já foram entregues e disponibilizadas aos usuários, tendo o banco como pendência. A reportagem questionou sobre o prazo para os bancos serem instalados e não obteve resposta.