Crimes

Racismo em BH: sargento também teria sido vítima de mulher, que foi presa

Não conseguiu executar suas funções policiais militares, inerentes ao seu cargo/função, por causa da sua cor, diz boletim de ocorrência sobre ação de PM

Por Gabriel Moraes
Publicado em 06 de dezembro de 2019 | 18:04
 
 
 
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A mulher de 36 anos acusada pelo crime de injúria racial a um taxista na tarde dessa quinta-feira (5) em Belo Horizonte, também é suspeita de cometer o mesmo ato contra um sargento da Polícia Militar (PM), dentro da delegacia, enquanto ele tentava levantar informações sobre o ocorrido.

De acordo com o boletim de ocorrência, enquanto os envolvidos estavam na Central de Flagrantes (Ceflan) 2 da Polícia Civil, no bairro Santa Tereza, região Leste da capital, a autora ignorou um militar que fazia perguntas para ela, e se virando de costas. "O sargento (...) não conseguiu executar suas funções policiais militares, inerentes ao seu cargo/função, por causa da sua cor", diz.

Segundo relatos, a mulher também teria desacatado uma sargento da PM, desobedecendo suas ordens de se sentar e aguardar, e disse: "sua sapata". Procurado, o advogado da suspeita disse que só vai se posicionar no decorrer do processo.

A Polícia Civil de Minas Gerais (PCMG) informou que não vai se posicionar sobre esse caso do sargento, pois ele não prestou queixa de injúria contra a mulher. Portanto, essa questão, por enquanto, não está sendo investigada.

Relembre

Ao ser questionada pelo motorista de táxi se precisava de uma corrida, uma mulher que passava pela avenida Álvares Cabral, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de BH, disse que não andaria com um negro.

De acordo com a vítima, a mulher, muito exaltada, afirmou ser racista e chegou a cuspir nele. “Eu estava no ponto de táxi e a vi atravessando com o pai dela. Ela estava agredindo-o com palavras, passou olhando dentro dos carros, e eu perguntei, por educação, lógico, se ela estava precisando de táxi. Aí ela respondeu: ‘Precisando eu estou, mas eu não ando com negro, eu sou racista, sou racista mesmo’, e ela ainda deu uma cusparada nos meus pés”, contou o taxista. Veja o relato:

Segundo a Polícia Civil, a acusada responderá por quatro crimes: Injúria Racial, Desacato, Desobediência e Resistência. ela foi encaminhada na madrugada desta sexta-feira (6) ao sistema prisional.

 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 

INJÚRIA RACIAL. Nossa repórter Carolina Caetano esteve agora há pouco na Deplan 2 e o atendente disse que a mulher autuada em flagrante por injúria racial cometida contra um taxista ainda está lá, aguardando que seja levada para o sistema prisional. Neste vídeo, enviado por um leitor, é possível ver a reação das testemunhas logo após a mulher cuspir em um taxista, negro, e dizer a ele que é racista, conforme a fala dele que divulgamos aqui ontem. O vídeo também mostra o momento em que ela é levada para uma viatura da PM. O episódio ocorreu na tarde de ontem, na avenida Álvares Cabral, no bairro Santo Agostinho, região Centro-Sul de BH. A mulher também responderá pelos crimes desacato, desobediência e resistência. Sua audiência de custódia está prevista para acontecer neste sábado (7), no Fórum Lafayette, entre 8h e 13h, quando o juiz poderá arbitrar ou não uma fiança para a detida. Leia a reportagem completa acessando o link em nossos stories ou em nossa bio (www otempo.com.br/Instagram) #otempo #radiosuper

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