Reabertura no Hospital Júlia Kubitschek: 'descobriu um santo para cobrir outro'

A reabertura do Pronto Atendimento do Hospital Júlia Kubitschek (HJK), localizado na região do Barreiro, em Belo Horizonte, nesta quarta-feira (20), ocorreu com a redução de consultas do ambulatório de pneumologia e com pessoas voltando para casa. 

De acordo com a diretora-executiva do Sindicato Único dos Trabalhadores da Saúde de Minas Gerais (Sind-Saúde/MG), Neuza Freitas, pacientes que chegaram ao local foram dispensados nesta manhã. Segundo ela, os médicos da pneumologia foram remanejados para atender na unidade de emergência.

“É ‘descobrir um santo para cobrir o outro’. Foram dispensados pacientes do interior do Estado, que estavam com consulta agendada. Nós estranhamos muito tudo isso. O ambulatório de pneumologia do Júlia Kubitschek é histórico, uma referência, diz ela.

"Remanejamento foi necessário”

A Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig) afirma que o remanejamento de alguns médicos foi necessário para cumprir com a demanda da abertura da unidade de emergência, além das contratações que foram realizadas.

“Foi preciso reduzir temporariamente algumas consultas do ambulatório de pneumologia oferecidas pelo HJK, que são reguladas pelo município e encaminhadas ao hospital”, informou a Fhemig.

Segundo a entidade, os usuários que já fazem acompanhamento ambulatorial no Júlia Kubitschek vão continuar o tratamento no local. Porém, alguns pacientes egressos que estão com o quadro de saúde estável estão sendo direcionados para as unidades básicas de saúde.

“A Fhemig reitera que o planejamento para a contratação de novos médicos para a UE do HJK continua sendo uma pauta prioritária, para que seja possível minimizar a suspensão dos remanejamentos internos e o retorno da capacidade plena de atendimento do ambulatório de pneumologia”, finaliza.

Reabertura

De acordo com a Fhemig, o Pronto Atendimento da Unidade de Emergência do HJK foi interrompido temporariamente em 2020 para que a unidade de saúde pudesse redirecionar os leitos para os casos de Covid-19, em um acordo firmado entre a fundação e a Prefeitura de Belo Horizonte (PBH).

"Nos momentos mais críticos da pandemia, o hospital esteve 100% voltado para o atendimento a casos de Covid-19, tendo sua maternidade como referência para gestantes e puérperas com suspeita ou confirmação da doença", detalhou o órgão. 

Porém, conforme O TEMPO noticiou na última segunda-feira (18), os servidores da unidade de saúde estavam vendo a reabertura com receio, já que, segundo informações obtidas pela reportagem, médicos sem experiência em emergência teriam sido remanejados para esse momento. No início do mês, o medo dos trabalhadores era que a unidade fosse aberta com poucos médicos e sobrecarga de trabalho.