O despejo das famílias que estavam no acampamento Quilombo Campo Grande, do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), em cumprimento à reintegração de posse determinada pela Justiça em Campo do Meio, no Sul de Minas, terminou nessa sexta-feira (14) com quatro detidos pela Polícia Militar. De acordo com a corporação, "os autores desobedeceram as diversas ordem para desobstruir a via e desocupar o local a ser reintegrado, além de resistrem ao avanço da tropa e à prisão".
Foram detidos três homens de 23, 53 e 60 anos. Uma mulher de 27 anos também foi conduzida à Delegacia de Plantão de Alfenas. No registro policial, os militares argumentaram que além "do comportamento coletivo, algumas condutas foram individualizadas". Segundo o boletim de ocorrência, a mulher chegou a levar o irmão dela, menor de idade, para o foco da manifestação, "colocando em risco a integridade física e psicológica da criança". O menor foi entregue ao Conselho Tutelar após a prisão da irmã.
De acordo com a ocorrência policial, foram apreendidos também quatro celulares, 12 caixas de foguetes com seis unidades cada, três estilingues, um galão com 20 litros de combustível e duas bandeiras do MST. Durante as mais de 50 horas de operação de reintegração de posse, os manifestantes teriam soltado rojões contra os militares e usado estilingues para jogar pedras e outros objetos contra a corporação.
A ocorrência foi finalizada por volta das 19h50. De acordo com o advogado Eduardo Pereira Dias, que acompanhou os quatro detidos, todos foram liberados por volta das 23h dessa sexta-feira. O defensor alega que os clientes negam as acusações contidas na ocorrência. "Não fizeram nenhum ato expressivo. O boletim de ocorrência está confuso, fala sobre autoria de incêndio, mas não comprova a conduta de cada um", argumentou.
Segundo o advogado, o irmão da mulher que havia sido detida já está com a família.