Rejeitos devem chegar em Três Marias entre os dias 2 e 6 de fevereiro

Os rejeitos da barragem I da mina de Córrego do Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana, devem chegar à Três Marias, entre os dias 2 e 6 de fevereiro. A represa fica a cerca de 220 km do local do desastre. As informações são do Serviço Geológico do Brasil (CPRM) e foram publicadas no último sábado (26). 

O rompimento da barragem ocorreu no início da tarde da última sexta-feira (25). Conforme o último balanço divulgado pelo Corpo de Bombeiros, 37 pessoas morreram na tragédia e 192 haviam sido resgatadas. O número de desaparecidos ainda é incerto. Neste domingo (27), estava previsto o início da chegada da água turva nas cidades de Igarapé e Juatuba. Na segunda-feira (28), a estimativa é que os rejeitos afetem as águas de São José da Varginha, com expectativa de atingir Três Marias, entre os dias 2 e 6 de fevereiro.

Na última sexta-feira (25), pelo menos cinco cidades emitiram alertas sobre os riscos de serem atingidas pela lama: Mário Campos, São Joaquim de Bicas, Betim, Juatuba e Florestal, todas na região metropolitana.

Em Betim, a Defesa Civil do município evacuou os moradores da Colônia Santa Isabel, que fica às margens do Paraopeba. A prefeitura iniciou o monitoramento do nível do rio, para alertar sobre um eventual transbordamento.

Em São Joaquim de Bicas, cerca de 50 moradores de um assentamento às margens do rio Paraopeba foram evacuados para o alto de um morro, a cerca de mil metros de distância da água.

Impactos nos rios

A bacia do rio Paraopeba tem 48 municípios, e a do rio São Francisco, 507. Segundo o ambientalista e idealizador do projeto Manuelzão, Apolo Heringer, "o impacto pode ser muito maior que o do rio Doce, mas a quantidade de lama é menor”.