RESTAURAÇÃO

Repaginada, igreja de São José é devolvida aos fiéis

Neste domingo (22), durante a missa das 10h, o arcebispo metropolitano Dom Walmor de Azevedo celebrou a entrega e a reinauguração da igreja.

Por LYGIA CALIL
Publicado em 22 de dezembro de 2013 | 16:15
 
 
 
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Às vésperas da mais importante festa da Igreja Católica, o Natal, a comunidade que ajudou a levantar R$ 2 milhões para a restauração da igreja de São José, no Centro da capital, recebeu de presente a obra concluída. Neste domingo (22), durante a missa das 10h, o arcebispo metropolitano Dom Walmor de Azevedo celebrou a entrega e a reinauguração da igreja.

As obras na nave interna do prédio duraram dois anos. Agora, é possível ver em cores vivas o maior conjunto do tipo em igrejas de Belo Horizonte, ornamentos originais do artista alemão Guilherme (Wilhelm) Schumacher, que sozinho pintou os 1.200 metros quadrados entre os anos de 1911 e 1912. Cada centímetro das paredes de 15 metros de pé direito e teto é coberto por pinturas em estilo eclético, com elementos neo góticos, neo clássicos e barrocos, segundo Patrícia Tavares, uma das 20 integrantes do grupo Oficina de Restauro, responsável pela restauração.

Na avaliação do arcebispo, a restauração da igreja é um exemplo para a preservação do patrimônio sacro de Minas Gerais. “Para nós, é uma grande alegria. O patrimônio sacro é uma das riquezas mais importantes do Estado. Aqui está um exemplo que precisa ser seguido por todos, para que nosso patrimônio seja bem cuidado e continue sendo uma força de espiritualidade. Somos nós preservando a nossa memória religiosa, oferecendo o melhor que a gente tem, celebrando com alegria o Natal do Senhor”, disse dom Walmor.

Renovadas, as pinturas parietais, como são chamadas as que são feitas diretamente sobre o reboco, mostram símbolos religiosos e pagãos. Tons azuis, vermelhos e amarelos são predominantes nos desenhos. Sobre as colunas, os capitéis, que antes eram pintados de amarelo, ganharam folhas de ouro e agora reluzem, dourados.

A igreja também ganhou uma nova iluminação. Com projeto do designer de luzes Fabio Novaes, foi estruturada com 276 luminárias de LED, que além de mais econômicas, oferecem mais segurança para os ornamentos, já que não esquentam. Segundo o vigário paroquial da igreja, padre Flávio Leonardo, as novas pinturas deverão durar por mais um século.

Mesmo durante as obras, a igreja não chegou a ser fechada, e os frequentadores mais assíduos puderam acompanhar todas as etapas da restauração. Enquanto a equipe de 20 pessoas do grupo Oficina de Restauro trabalhava, em média, 10 horas diariamente na obra, missas eram realizadas normalmente, e a igreja continuava a receber seus 1,5 mil visitantes diários, durante a semana. Somente os casamentos tiveram que deixar de ser realizados na igreja durante este ano, porque os andaimes atrapalhavam a decoração.

Os eventos já poderão voltar a ser realizados. Segundo o padre Flávio Leonardo, a agenda de casamentos para o ano que vem já está cheia novamente. Alegre, o religioso comenta a conclusão das obras, que ele considera um presente para os fiéis: “Todos estamos plenamente satisfeitos com essa conquista. Principalmente os mais idosos, pela volta da beleza original”, disse o religioso.

Fiéis.  Durante a missa, não foi raro observar fiéis olhando para o teto e aos detalhes na parede com nova pintura. Frequentador da igreja há mais de 80 anos, o padre Gabriel Neves foi batizado nela. “É uma alegria enorme poder vê-la bonita de novo”, disse. Já a babá Andréia Silveira se disse orgulhosa de ter contribuído para a arrecadação de fundos para a restauração. “Fico feliz de ter participado, mesmo com uma pequena parte. Trabalhamos muito na campanha para que isso pudesse acontecer”, afirmou.

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