A secretária de Estado de Educação, Julia Sant'Anna, afirmou que erros apontados nos Planos de Ensino Tutorados (PETs), as apostilas entregues aos alunos da rede pública estadual, já foram corrigidos. Qualquer cidadão pode apontar mais falhas no material por email e eles serão corrigidos em até 24 horas nas apostilas digitais, segundo a secretária.
A Secretaria de Estado de Educação (SEE-MG) recebe sugestões de correções no material pelo endereço de email escoladeformacao@educacao.mg.gov.br, disponível a qualquer cidadão.
"Essa situação já prevista de necessidade de ajuste no material é muito pontual e nos preocupa porque é muito importante fazer os ajustes. Mas em relação à quantidade de material e à proporção que esse projeto ganhou é bastante marginal", disse a secretária, em coletiva de imprensa nesta quarta-feira (10). Ela lembrou que as apostilas têm 38 volumes, somando 2.000 páginas, e que foram revisadas por professores da rede estadual que não tinham experiência na produção de conteúdo.
Nesta semana, o ensino a distância no estado foi alvo de críticas em audiência pública na Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG). Profissionais da educação estadual apontaram falhas nos planos de ensino tutorados, as apostilas distribuídas pelo governo aos alunos.
De acordo com eles, o material traz erros gramaticais e conceituais, além de possíveis plágios. Haveria equívocos como erros de concordância ("reações química", em vez de "reações químicas") e de informação, como um trecho que diz que o dramaturgo William Shakespeare nasceu em 1954. Sant'Anna não detalhou se esses erros em especial foram corrigidos, apontando que precisaria consultar caso a caso. Segundo ela, muitos dos erros observados no material foram corrigidos ainda na primeira semana de adoção do material, que se iniciou em meados de maio.
Escolas onde alunos não tenham acesso à versão digital entregam a impressão aos estudantes em casa — 385.809 pessoas receberam o material dessa forma. Conforme disse Sant’Anna, a maioria teve acesso ao material já corrigido. Pelos cálculos da SEE-MG, 97,5% dos cerca de 1,7 milhão de alunos da rede estadual têm acesso ao material de ensino remoto de alguma forma. A distribuição do segundo volume das apostilas deve começar na próxima semana. Elas estão em processo de revisão e, de acordo com Sant’Anna, universidade federais do Estado estão sendo procuradas para ajudarem nas futuras revisões.
Um Projeto de Lei (PL) tramita na ALMG solicitando suspensão das aulas a distância no Estado. "Eu acredito que não passe na assembleia. Acredito que nenhum deputado vote contra o direito desse ensino", afirmou a secretária. Ela apontou que um setor político tem tentado atacar o projeto de ensino no Estado. Sant’Anna disse se preocupar, inclusive, com aumento do suicídio de jovens, com suspensão total das aulas.
Outro Projeto de Lei prevê transmitir as aulas gravadas também na TV Assembleia, além da Rede Minas. A secretária de Educação disse estar confiante de que isso será possível na próxima semana.
Sant'Anna alertou, ainda, que o chat do Conexão Escola, aplicativo complementar aos PETs, começou a funcionar nessa terça-feira (9). Assim, professores estaduais devem passar a concentrar conversas com alunos pelo app, respeitando o horário de expediente de trabalho.
Ensino presencial deve retornar neste ano, diz secretária de Educação
Questionada se há possibilidade de o ensino presencial ser suspenso pelo restante do ano na rede estadual, Sant'Anna reforçou que a chance é pequena. "Acredito que não. O governador já anunciou retorno no segundo semestre" afirmou. Ela pontuou que uma data exata para o retorno só será possível com indicação da Secretaria de Estado de Saúde (SES-MG), que monitora a pandemia em Minas.
A secretária apontou já ter um projeto para quando as aulas retornarem e que medições das salas de aula foram feitas em 2019, o que facilitaria o distanciamento social dos alunos nas escolas. Como detalhou, os alunos vão passar por diagnóstico sobre o que aprenderam nas aulas a distância antes de retornarem ao ensino presencial, e aqueles que mostrarem terem tido mais dificuldade com o conteúdo a distância vão ter prioridade no retorno. Também terão prioridade estudantes dos anos finais de cada etapa escolar (quinto e nono anos do ensino fundamental e terceiro ano do ensino médio).