Após a denúncia sobre os supostos “fura-fila” da vacinação contra o coronavírus na Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES-MG) e a divulgação da lista de vacinados, alguns funcionários foram desligados da pasta. Segundo lista divulgada pela Assembleia de Minas, 828 servidores tomaram a vacina. Não há informação oficial, porém, de quantos foram demitidos desde a divulgação do caso.
Entre as pessoas que foram exoneradas até o momento está a então chefe da assessoria de comunicação Virgínia Silva, que deixou o cargo na última segunda-feira.
Ela justifica a vacinação pelo fato de sua rotina e de sua equipe envolver, além da presença constante na Cidade Administrativa, o trabalho em campo, dentro de hospitais e unidades de saúde, onde o risco de contaminação é alto, inclusive com viagens a municípios que enfrentavam surtos de Covid-19.
“Quando eu fui a Coromandel (na região do Alto Paranaíba) com o (então) secretário de saúde, eu não estava vacinada e tive muito medo. Tenho duas pessoas em casa com comorbidades. Entrei no hospital da cidade, fotografei. Eu tinha que estar ali. Voltei para casa e chorei muito porque eu não podia ver meus filhos”, conta.
Virgínia defende ainda que tudo foi feito com respaldo em um documento da Vigilância Epidemiológica, seguindo a recomendação do Plano Nacional de Imunização (PNI). “A comunicação e todas as áreas da secretaria seguiram o que a Vigilância determinou. Se eu estou em campo como um trabalhador da Saúde, tenho que ficar protegida. Estamos numa guerra, e as pessoas são muito egoístas, não se colocam no lugar dos outros e julgam sem conhecer nossa realidade”, finaliza.
CPI
A Assembleia abriu na quinta-feira uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para apurar se os servidores furaram a fila.
O então secretário Carlos Amaral afirmou que ele e outros servidores foram imunizados porque a pasta é considerada um serviço essencial.
O Ministério Público investiga se os servidores se enquadram nos grupos prioritários estabelecidos pelo Ministério da Saúde.