Segundo veterinário, estresse também pode ter matado cães de abrigo de Neves

A morte dos 65 cães abrigados em um lar temporário neste fim de semana pode ter sido causada por estresse no transporte, segundo o médico Aldair Pinto, do Uni-BH, responsável pelas necropsias de 47 vítimas. Os animais foram transportados de Ribeirão das Neves para uma nova sede em Contagem, ambas na região metropolitana de Belo Horizonte. Foi nesse percurso, conforme a dona do abrigo, Cláudia Araújo, que eles começaram a vomitar.

O médico contou à reportagem de O Tempo que, além da possibilidade de intoxicação ou envenenamento, o estresse também pode causar graves consequências aos animais. "Já aconteceu antes, em São Paulo, não há muito tempo. O transporte inadequado pode causar hipertermina e provocar esses sintomas nos animais, que podem morrer", explicou. Cláudia Araújo, dona do abrigo, contou que os animais foram transportados em um caminhão e em carros de amigos.

Embora considere a possibilidade do estresse, o veterinário não descarta o envenenamento e a intoxicação como causa das mortes, e reitera que somente a necropsia vai apontar o que levou os animais a óbito.

A escola de veterinária do centro universitário foi chamada pelo deputado estadual Osvaldo Lopes (PSD) para entrar no caso. O professor contou que esteve no local no sábado, quando se deu a ocorrência, mas os veículos que a dona do abrigo afirmiu ter usado para transportar os animais já não estavam lá. "Visitei os que ainda estão internados e eles também podem ter sido vítimas do mesmo problema, mas ainda precisamos da necropsia para saber mais", disse.

Os exames nos 47 cães dependem da presença da Polícia Civil para serem realizados. As análises devem começar nesta terça-feira (17) e ir até quarta-feira (18), mas ainda não há previsão para divulgação do laudo.