Serial killer de Juiz de Fora preso no RJ fugiu de penitenciária mineira em 2020

Foi preso pela Polícia Civil do Rio de Janeiro, na última quarta-feira (15 de novembro), Roberto Marcelo Paiva Ramos, de 50 anos, um serial killer de Juiz de Fora, na Zona da Mata, que já foi condenado a mais de 60 anos de prisão por matar sete mulheres em Minas Gerais e na Bahia. O suspeito, que até 2020 cumpria pena em uma unidade prisional de Muriaé, também na Zona da Mata, fugiu após sair da penitenciária para trabalhar, enquanto cumpria pena no regime semiaberto.

De acordo com a 126ª Delegacia, a prisão ocorreu em Cabo Frio, região dos Lagos, após um "trabalho de inteligência e cruzamento de informações". A instituição divulgou ainda que o suspeito, após fugir da Penitenciária de Muriaé, teria fugido para a cidade litorânea, onde vinha trabalhando informalmente nos quiosques das praias.

Após ser detido, o suspeito foi encaminhado para uma unidade prisional do Rio de Janeiro, onde aguarda para ser transferido para Minas Gerais. Questionada por O TEMPO, a Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informou que até o momento, o serial killer ainda não deu entrada em uma nova unidade prisional de Minas.

"A fuga dele ocorreu por abuso de confiança, durante o regime semiaberto, em 2020. À época, ele cumpria pena na Penitenciária Doutor Manoel Martins Lisboa Júnior, localizada em Muriaé.  Roberto possuía autorização da Justiça para o trabalho externo e não retornou para a unidade, conforme previa a autorização", detalhou a pasta.

Em Minas, suspeito responde a 15 processos

Segundo dados divulgados pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), Roberto Marcelo Paiva Ramos, de 50 anos, responde a pelo menos 15 processos criminais no Estado. A maior parte dos processos (13) ocorreram em Juiz de Fora, terra natal do serial killer. Entre os crimes estão um latrocínio, roubos, um incêndio e outros crimes contra o patrimônio.

Ele também responde por dois homicídios registrados em Muriaé e um furto qualificado na cidade de Varginha, no Sul de Minas. Os crimes aconteceram entre 2006 e 2021.

Porém, boa parte de seus assassinatos foram registrados na turística Arraial D'Ajuda, distrito de Porto Seguro, na Bahia. Os assassinatos aconteceram entre 1997 e 2006 na praia paradisíaca. Ao ser preso, na época com 33 anos, o homem foi considerado um psicopata após confessar o assassinato de uma turista paulista.

Ele afirmava que os crimes foram inspirados pelo filme "Rejeitados pelo Diabo", em que o personagem principal comete crimes motivados por vingança. Na época, ele confessou ter estrangulado com um fio e agredido com um porrete a paulista Adriana Chamie Nunes, de 32 anos, em uma pousada do distrito. Ao ser preso, ele disse que cometeu o crime a pedido da namorada, uma mulher que tinha 21 anos na época.