Betim

Servidores votam greve 

Categoria decide nesta segunda-feira se interromperá trabalhos por tempo indeterminado

Por Raquel Sodré
Publicado em 05 de maio de 2014 | 03:00
 
 
 
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Os servidores da saúde de Betim, na região metropolitana de BH, realizam na manhã desta segunda-feira uma assembleia sindical com o objetivo de decidir se entrarão em greve por tempo indeterminado. A categoria, que está paralisada há dez dias, se recusa a aceitar a proposta da prefeitura de dividir um reajuste salarial de 7% em duas parcelas. A primeira parte, de 3%, seria retroativa ao mês de abril. Uma outra parcela, de 4%, ficaria para o próximo mês de agosto.

Os trabalhadores da saúde reivindicam um reajuste salarial de 10%, além de melhores condições de trabalho, e defendem que a proposta do Executivo municipal significará uma grande perda. Segundo o presidente do Sindicato dos Servidores Municipais de Betim (Sindserb), Geraldo Teixeira, o aumento não cobrirá nem a inflação acumulada no período dos últimos 12 meses. De acordo com o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (IPCA), a inflação atingiu a marca de 6,15% no período.

“Vamos receber, neste período, menos que a inflação. Os 7% integrais cobririam apenas as perdas inflacionárias. Não teríamos ganho algum. De forma parcelada, teremos mais prejuízos”.

Cálculos. Na visão de especialistas, o parcelamento do reajuste proporciona aos servidores um ganho real de apenas 5,66% e não de 7% como promete a prefeitura. O contador e auditor fiscal Lindolfo Fernandes de Castro explica que um servidor com salário de R$ 1.000 passará a ganhar R$ 1.030 entre abril e agosto. A partir daí, o vencimento passará para R$ 1.070.

Somando os rendimentos desse servidor por todo o ano é possível obter o montante de R$ 12.680. Segundo ele, redividindo esse valor total pelos 12 meses do anos chega-se a um rendimento mensal médio de R$ 1.056 – que corresponde a um aumento de 5,66% em um salário de R$ 1000.

“Essa é uma tática que as administrações adotam para burlar a Lei de Responsabilidade Fiscal. Ao propor o reajuste parcelado, o governo dilui o comprometimento com a folha de pagamento em meses estratégicos, já que abril e agosto são os meses em que o governo fecha o quadrimestre fiscal e precisa mostrar os gastos”, afirmou o presidente do Sindserb.

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