Sistema prisional identifica os nove foragidos do Ceresp de Contagem

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) confirmou que nove detentos fugiram, na madrugada desta sexta-feira (20), depois de uma rebelião no Centro de Remanejamento do Sistema Prisional (Ceresp), de Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Nenhum deles havia sido recapturado. 

Os fugitivos foram identificados. São eles: Alexander Santos Freitas, 28; Diemerson Halerrandro da Silva, 21; Gustavo Ferreira de Oliveira, 23; Pedro de Araújo Vianna Filho, 33; Pedro Henrique Ribeiro dos Santos, 19; Railan Rosário Aleluia, 25; Ronei Santos Silva, 20; Washington Luiz Gomes de Souza, 35; e Wellington Nunes Ferreira, 19. 

Ainda segundo a secretaria, a situação da unidade prisional está normalizada, e agentes penitenciários finalizaram os procedimentos de segurança.

Veja:

A Sejusp ressaltou que o Departamente Penitenciário continua acompanhando os procedimentos para apurar as circunstâncias da fuga e que as forças de segurança seguem empenhadas na busca pelos foragidos.

Fuga e rebelião

A secretaria informou que, por volta de 0h30 desta sexta-feira (20), alguns detentos aproveitaram o momento em que agentes colocavam um preso no interior de uma das celas para iniciar um motim. 

Ainda de acordo com a pasta, a equipe conseguiu conter parte dos presos, no entanto os nove foragidos saíram pela porta da frente da unidade.

Alguns deles assaltaram um táxi e fizeram o motorista refém. Ele foi libertado em São Joaquim de Bicas, também na região metropolitana, onde o carro foi abandonado. 

Policiais militares do Bope e agentes prisionais iniciaram o processo de negociação com os detentos rebelados durante a madrugada.

Segundo a  PM, que atendeu o ocorrência por meio do Batalhão de Choque, o tumulto foi normalizado no começo da manhã. 

'Fuga poderia ter sido maior'

De acordo com o juiz Titular da Vara de Execuções Criminais de Contagem, Wagner de Oliveira Cavalieri, os presos que fugiram fizeram três agentes penitenciários de reféns e os machucaram. "Mas eles (agentes) tiveram uma ação heroica. Não fosse a coragem de terem lutado, a fuga teria sido muito maior", avalia.

Ainda de acordo com ele, a capacidade do Ceresp é de 95 presos, mas o centro de detenção comporta, hoje, quase 200 detentos. "Sempre alertei que essa quantidade de presos não era adequada em sentido algum naquele Ceresp, pois coloca em risco a vizinhança e os próprios presos", diz.

O juiz prossegue relatado que a reclamação apresentada pelos detentos "para justificar essa ação injustificável foi a falta dos kits de higiene".  "Mas hoje de manhã eu constatei que os kits estão sendo distribuídos. Tanto é que alguns presos da unidade picharam as paredes usando creme dental", aponta o magistrado.

"Vejo como muito preocupante falta de vagas e o número insuficiente de agentes, problemas que aumentaram quando começaram as exonerações dos contratados. Além disso, as unidades que não têm bloqueador de celular e tecnologia suficiente", conclui.

Atualizada às 17h23