O mecânico de ar condicionado, Marcos Aurélio Braga, nasceu há 44 anos, no dia 19 de fevereiro. Mas agora tem uma nova data para lembrar: 19 de agosto. Nesta segunda-feira, por questão de segundos, ele não foi mais uma vítima do caminhão que desceu desgovernado em uma rua no bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte.
"Eu estava parado dentro do carro quando olhei pelo retrovisor e vi o caminhão descendo sem freio. Só deu tempo de abrir a porta e correr para o outro lado da rua", recorda aliviado.
Emocionado, com um terço na mão e um trabalhinho feito por um dos filhos na outra, ele tem certeza que foi abençoado: "Sou muito religioso. Sei que Deus me ajudou", conta emocionado. O homem tem um filho de 8 anos e um de 17. "Nem gosto de pensar se acontecesse alguma coisa comigo. Eles precisam muito de mim. Eu nasci de novo mesmo", afirma.
Ele tinha ido para o local para consertar um ar-condicionado. E tinha tudo para ser um dia de trabalho comum, como todos os outros, se um caminhão não tivesse perdido o freio e saído arrastando tudo que tinha no caminho.
Ao lado do carro destruído, ele revive a cena de pavor. Do outro lado da rua, ele viu o momento em que a psicóloga Ivanilda José Basílio saiu de um prédio, entrou no carro e foi esmagada junto com o veículo. "Ela estava mais para cima e nem deu tempo de avisar ela. Me salvei por segundos", diz.
Já ela, morreu na hora.