A divulgação em redes sociais de possíveis chacinas em duas escolas de Contagem, na região metropolitana da capital, levou terror aos pais e alunos e mobilizou a Guarda Municipal e a Polícia Militar, nesta quarta-feira (12).

A Secretaria de Educação de Contagem disse que a informação é boato, mas os órgãos de segurança foram acionados para trazer tranquilidade a comunidade escolar.  

Os supostos ataques seriam nas escolas Estadual Francisco Firmo de Matos e Municipal Vasco Pinto da Fonseca, ambas no bairro Eldorado. Segundo informações da assessoria de imprensa da secretaria, um aluno disse para a mãe que ouviu colegas falando sobre a chacina. Eles teriam dito que primeiro matariam alunos de uma escola e depois da outra. 

A mãe divulgou a informação nas redes sociais Facebook e Whatsapp e o caso ganhou repercussão.  Na divulgação da mãe, a chacina seria nesta quinta-feira (13). No entanto, por causa do medo, a polícia e a guarda foram acionadas já nesta quarta para as escolas, na quinta os órgãos vão voltar a escola. 

Os pais ficaram com assustados e procuraram a direção das escolas. As diretoras informaram que seria um boato. A Polícia Militar também afirma que não é verdade a informação.

As aulas não foram suspensas e os policiais e guardas estão atuando na unidade garantindo a segurança, segundo a secretaria, eles orientam os alunos quanto a ataques e se for necessário podem ocorrer revistas nos estudantes. 

Uma balconista de 57 anos, que preferiu não se identificar, mãe de uma aluna especial , de 26, matriculada na Escola Estadual Firmo de Matos, em Contagem, buscou a guarda civil do município para tirar dúvidas em relação a suposta chacina divulgada nas redes sociais.

"Vi esse boato e meu coração disparou, eu nem dormi. Minha filha ama o colégio e preciso saber se é para ela ir à aula ou não. Depois de tanta tragédia, até em escola, que a gente vê, tem que saber. Estou desesperada", afirmou sem dizer o nome.

À mãe da estudante, dois guardas civis, que preferiram não gravar entrevista, afirmaram que as escolas estadual Firmino Matos e municipal Vasco Pinto da Fonseca, ambas em Contagem já foram alvo desse tipo de boato "pelo menos sete vezes este ano". 

Os agentes atribuiram o fato ao massacre ocorrido em Suzano. "Sempre tem e sempre acompanhamos. São muitos por ano desde aquela tragédia e, em muitos casos, o autor do boatk passa a ser vítima quando descoberto. Os próprios alunos ameaçam agredir esse pessoal que acaba tendo que ser transferido dessas unidades", afirmou.

Mais tranquila, a mãe da estudante fez um apelo aos responsáveis por propagar boatos. "Tenham mais coração. Pensem que um dia poderão ser pais e no pânico que isso causa em todo mundo. São vidas em jogo. Parem com isso", pediu.

Nas duas unidades estudam crianças e adolescentes com idades entre 6 e 16 anos, do primeiro ao nono ano. A secretaria ressaltou que os pais podem mandar os alunos para a escola com tranquilidade.

Investigação 

De acordo com a Polícia Civil, suspeitas de ataque na escola Francisco Firmo de Matos são investigadas. Pais, funcionários e estudantes estão sendo ouvidos. Não serão repassados detalhes dos levantamentos obtidos para não interferir nas investigações.

Já para a outra escola não há nenhum registro de ocorrência. A Polícia Civil orienta que, em caso de ameça, a escola ou os pais a procurarem o órgão. 

Ataque em Suzano 

O susto dos pais aumentou por causa do massacre em uma escola de Suzano, no interior de São Paulo, quando, no dia 13 de março, dois ex-alunos da escola (um adolescente de 17 anos e um rapaz de 25) entraram armados e encapuzados no local.

Eles mataram duas funionárias da escola, cinco alunos e se mataram em seguida. Horas antes do massacre, ambos também mataram um comerciante que era tio de um deles. Onze pessoas ficaram feridas.