Justiça

Suspeito de matar ex e jogar corpo no viaduto das almas é julgado nesta quinta

Monique Ferreira, de 21 anos, desapareceu após sair de uma clínica estética no Buritis; ela foi achada dias depois na BR-040, enrolada em lençóis e plástico bolha

Por Raquel Penaforte
Publicado em 22 de fevereiro de 2024 | 10:22
 
 
 
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Um ano após a morte da vendedora Monique Ferreira da Costa, o principal suspeito pelo crime, o ex namorado dela, Luiz Gustavo Lopes Silva, de 28 anos, será julgado por três crimes nesta quinta-feira (22). Ele responde por feminicídio, fraude processual e ocultação de cadáver. O assassinato aconteceu dia 12 de fevereiro do ano passado na casa onde ela morava, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. O corpo da jovem, à época com 21 anos, foi localizado cinco dias depois embaixo do viaduto das Almas, na BR-040, em Ouro Preto, na região Central de Minas Gerais.

"A gente espera que a justiça seja feita, que ele tenha uma condenação exemplar. Minha filha era trabalhadora e ele a matou com maldade, destruiu parte da face dela com socos", relatou a mãe da vítima, Simone Ferreira.

O réu, que está preso no Presídio Inspetor José Martinho Drumond, em Ribeirão das Neves, também na região metropolitana da capital, está sendo julgado por júri popular no Fórum de Contagem.

"A gente espera que ele pegue pelo menos 14 anos, sendo 12 pelo feminicídio, que é o principal crime, além dos crimes conexos", pontuou a advogada que representa a família da vítima, Larissa Lorrayne.

Por outro lado, a defesa do homem alega que vai insistir na tese de inocência do acusado. "Ele não tinha motivos para cometer o crime, além disso, existem provas de que ela estava viva após a saída dele do apartamento onde, em tese, ocorreram os fatos", afirma o advogado Felipe Henrique de Oliveira Pinto.

Relembre o caso

Monique desapareceu no dia 12 de fevereiro após sair de uma clínica de estética, no bairro Buritis, região Oeste da capital, e ir para o bairro Cidade Industrial, em Contagem, onde morava.

Algo aconteceu no apartamento e a jovem mandou uma mensagem para uma amiga dizendo que "algo muito sério havia acontecido" e, por esse motivo, ela e o namorado não iriam a uma festa de aniversário naquela noite. A Monique não detalhou o ocorrido. Desde então, a família não conseguiu mais contato com a jovem.

"Liguei para o Luiz diversas vezes e ele sempre dava uma desculpa para não passar o telefone para ela, dizia que a Monique estava passando mal, depois que tinha saído, mas minha filha me relatava tudo, eu sabia de tudo que acontecia na vida dela, ela não sairia, nem sumiria sem meu conhecimento", pontuou a mãe da vítima. Ainda segundo a mulher, a família ligou para todos os amigos próximos da vítima e ninguém sabia do paradeiro da Monique.

No dia 17 de fevereiro, os restos mortais da jovem foram localizados em Ouro Preto e o laudo pericial constatou que ela foi estrangulada e enrolada em plástico bolha e lençóis, antes de ser abandonada à beira da rodovia.

Silva, que foi considerado foragido, foi preso pela Polícia Civil no apartamento de Monique, que fica no bairro Industrial, em Contagem, na região metropolitana de Belo Horizonte. Testemunhas viram o momento em que o rapaz chegou ao local com um caminhão de mudanças, dia 25.

De acordo com a equipe da Divisão de Referência da Pessoa Desaparecida, responsável pelas investigações, o suspeito teria arrombado o apartamento da vítima e recolhido diversos objetos de interesse para as investigações, razão pela qual foi preso em flagrante pela prática do crime de fraude processual.

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