‘PSICOPATA’

Suspeito de matar namorada em Ipatinga pode pegar até 45 anos de prisão

Alef Teixeira de Souza, de 29 anos, foi indiciado por homicídio triplamente qualificado e tráfico de drogas

Por Isabela Abalen
Publicado em 14 de agosto de 2023 | 15:42
 
 
 
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Alef Teixeira de Souza, de 29 anos, suspeito de intoxicar, estrangular e agredir até a morte a namorada Rafaella Cristina Miranda Sales, de 34, no bairro Vila Celeste, em Ipatinga, no Vale do Aço, em abril deste ano, pode ficar preso por até 45 anos. O homem, que estava foragido, foi detido pela Interpol na Costa Rica neste domingo (13 de agosto) e vai responder por homicídio triplamente qualificado e tráfico de drogas. 

De acordo com o promotor de Justiça Jonas Júnior Linhares Monteiro, que acompanha o caso, o Alef foi indiciado por ter cometido assassinato qualificado como feminicídio (crime contra mulher), de forma cruel (por esganamento e tortura) e sem possibilidade de defesa por parte da vítima.

Além disso, o inquérito da polícia civil inclui o crime de tráfico de drogas. Antes de matar a companheira, Alef injetou nela uma grande quantidade de cocaína. “Ele trazia as drogas e injetava na mulher, claro, de forma ilegal”, adiciona o promotor. “Pelo homicídio com essas qualificações, são de 12 a 30 anos de prisão. Pelo tráfico de drogas, de 5 até 15. Então, esperamos que ele cumpra pena de pelo menos até 45 anos”, afirma. 

Alef agia como um psicopata 

O delegado de polícia Marcelo Franco Marino definiu o modus operandi de Alef como o de um psicopata. “O que vemos pela análise do crime são traços de psicopatia. Ele se vangloriava dos atos que praticava. Uma foto publicada por ele, na data do crime, mostra ele semi nu, mostrando a tatuagem, e, ao fundo, estão duas seringas com cocaína e a vítima sentada, já reduzida de possibilidade de resistência”, detalha. “Isso era ele mostrando para a sociedade que se orgulhava do que estava fazendo”, continua. 

No dia do crime, 28 de abril, de acordo com o inquérito, Alef achou que havia matado a namorada Rafaella ao menos duas vezes, o que não o impediu de continuar a tortura. “Ela desfalece após a injeção da cocaína, e ele pensa que a havia matado. Ele liga para a família e fala que ela morreu por acidente. Horas depois, quando ela acorda, consegue contato por telefone com a família. E, então, uma nova sessão de tortura começa”, relata Marino. 

Crime violento 

Rafaella foi encontrada morta caída ao lado do sofá da casa. Logo após o suspeito ligar para o SAMU, dizendo que a mulher teria tido uma overdose, e sumir. A cena era de sangue por toda a casa. “O crime começou no segundo andar da casa, e ela foi morrer no primeiro. Ela a espancou, machucou ela com instrumento cortante, a esganou e injetou uma dose brutal de cocaína”, afirma o delegado.

Outros crimes, todos contra mulheres

Não foi a única vez que Alef Teixeira de Souza praticou crimes contra mulheres. A investigação da Polícia Civil revelou que ele tinha o hábito de se aproximar das vítimas para oprimi-las ao ponto de submetê-las aos seus “caprichos”. Além do assassinato em Ipatinga, são conhecidas ao menos mais uma tentativa de feminicídio em São Paulo e outra fora, nos Estados Unidos. 

“Ele tinha esse modus operandi de se aproximar das vítimas por aplicativos e conseguia, com muita lábia, passar a morar com elas, ir para suas casas. Depois, começava uma dominação física e psicológica que culminava em violência extrema”, explica o delegado Marino. 

Em São Paulo, o delegado descreveu o crime cometido pelo suspeito como sadomasoquismo. “Ele as convencia de um sadomasoquismo. A vítima de São Paulo foi esfaqueada. Para fugir, ela se trancou no banheiro, mas ele arrombou a porta e desferiu várias facadas. Ele foge, achando que ela já estava morta, mas ela estava viva”, detalha. 

Para que seja concluída a prisão preventiva de Alef, ele precisa ser transferido da Costa Rica até o Brasil. O processo ainda está sendo ajustado com a Justiça costa-riquenha. 

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