Temendo chuva forte, moradora da av. Tereza Cristina promete fazer vigília

Quatro dias após perder tudo com o transbordamento do ribeirão Arrudas durante o forte temporal que atingiu Belo Horizonte e região metropolitana no último domingo (19), a dona de casa Rita Jardim de Souza, 60, que mora na avenida Tereza Cristina, na altura do bairro Vila Betânia, promete virar a próxima noite do dia 23 para o dia 24 sentada de frente para o córrego para vigiá-lo.

O objetivo é ficar alerta para avisar os três filhos e os vizinhos sobre em qual momento correr, uma vez que a Defesa Civil já alertou para os perigos que podem ser gerados durante a que pode ser “a maior chuva da história da capital”, nesta sexta-feira (24). 

“Nós perdemos tudo, tudo. Móveis, cama, sofá, geladeira, máquina, tanquinho, as camas, os documentos. Tudo foi embora. Fiquei sem saber o que fazer, arrumei um cantinho para os meus filhos dormirem onde não tinha lama, coloquei uma cadeira do lado de fora e fiquei lá, vigiando o córrego. A única coisa que a gente quer é sair daqui. Já não aguentamos mais ficar sofrendo na beira desse córrego. Essa tragédia. Isso não é lugar para família morar com crianças e idosos”, afirmou.

D. Rita, como é chamada, já se mobilizou e mobilizou as pessoas próximas a orarem nesta quinta-feita.

“Nosso Brasil tem tantas terras, eles têm que construir umas casinhas para a gente morar, ter uma vida digna, que a gente pode deitar na nossa caminha quando chover. Eu estou aqui porque sou um milagre do nosso Pai lá em cima. Eu espero que não aconteça essa enchente amanhã. Eu confio em Deus porque a gente já está desesperado. O que a gente ganhou de ajuda, vai vir outra enchente e levar tudo de nós outra vez?”, questionou. 

“Eu vou ficar aqui a noite toda vigiando. Não arredo o pé. Vou olhar isso tudo pra avisar todo mundo”, completou.